A operação Carro-Pipa, do governo federal, teve os
recursos cortados neste mês, levando os caminhões a pararem o fornecimento do
produto a moradores do interior no Nordeste. O desabastecimento afeta cerca de
1,6 milhão de pessoas no semiárido nordestino com paralisação do serviço de
carro-pipa, que leva água potável às famílias há 20 anos.
A coluna de Carlos Madeiro no UOL apurou que o primeiro
estado a ter o abastecimento suspenso, logo no início do mês, foi Alagoas. Já
em Pernambuco, Paraíba e Bahia, a paralisação foi informada apenas na quinzena
final de novembro, assim como vem ocorrendo nos demais estados, com os
caminhões deixando de prestar o serviço à população.
O corte de recursos ocorreu logo após o segundo turno da
eleição, no dia 30 de outubro, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu
derrotado e pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa. Pela
regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante
assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários. Eles
já relatam prejuízos.
Só em Pernambuco são 529 mil moradores de 105 cidades que
estão aptos para receber água da operação. Em Ouricuri, são 19 mil pessoas
atendidas, o maior número de beneficiários do estado.
A suspensão causou repulsa por parlamentares nas redes. O deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Orlando Silva (PT), chamou Bolsonaro de “pai da fome e mãe da sede”.
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