O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
indicando que os gastos serão do tamanho que ele considerar adequado “desmoraliza
a transição” e vai na direção contrária do que se esperaria de uma ampla
coalizão política, como foi desenhado na campanha. “É um discurso de PT pelo
PT, que ignora os apoios recebidos”, disse a economista Elena Landau, que
elaborou o programa econômico da ex-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB).
Tebet
deu apoio importante à campanha de Lula no segundo turno eleitoral e hoje
integra a equipe de transição. É cotada para compor o Ministério.
Para
Landau, o que preocupa não são itens da fala de Lula, mas o conjunto. “É um
discurso muito pior do que o de 2002”, avaliou. As falas do presidente eleito
parecem se contrapor às expectativas de que ele faria um governo pragmático e
uma gestão econômica parecida com a de 2003.
Ela
cita como exemplo um questionamento feito por Lula: por que temos meta de
inflação e não temos meta de crescimento. “O que isso quer dizer?”, pergunta a
economista.
“A
responsabilidade fiscal é muito importante para ajudar a população mais pobre”,
defendeu Landau. Assim, não cabem afirmações na linha “dane-se a Faria Lima” e
“eu sei o que é bom e vou gastar quanto preciso”, exemplificou. “Se nunca
tivessem feito isso, tudo bem”, comentou. “Mas já fizeram e deu errado, já
alocaram o capital de forma errada.”
Esse
cenário torna mais urgente a definição de quem será o ministro da Fazenda,
avalia Landau.
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