Antes mesmo de terminar a primeira visita do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 9, o ministro da Corte Gilmar Mendes determinou o desbloqueio de R$ 5,5 milhões do plano de previdência da ex-primeira-dama Maria Letícia que haviam sido retidos pela Receita Federal com base o compartilhamento de informações da Operação Lava Jato.
Lula visitou a sede do STF nesta quarta-feira, 9, e se
reuniu com dez ministros da Corte, incluindo Gilmar. O único a se ausentar foi
Luís Roberto Barroso, que está no Egito para compromissos da conferência do
Clima das Nações Unidas (COP-27). Como mostrou o Estadão, a previsão
inicial era de que o petista se encontrasse apenas com a presidente do
tribunal, ministra Rosa Weber, para discutir a necessidade de reatar os laços
entre o Executivo e Judiciário após o esgarçamento dessa relação provocado pelo
governo de Jair Bolsonaro (PL).
Gilmar atendeu a um pedido de Lula para ter acesso aos
bens da ex-mulher, que morreu em 2017. O presidente eleito argumentou na
petição ao STF que retenção do dinheiro depositado pela ex-primeira-dama em uma
conta do banco Bradesco era ilegal, pois a decisão que sustou o acesso aos
recursos se amparou em provas e informações obtidas pela extinta operação Lava
Jato, sob o comando jurídico do agora senador eleito Sergio Moro (União
Brasil-PR), que foi considerado parcial pelos ministros da Corte
Na decisão, Gilmar relembrou parte do seu voto no
julgamento que declarou Moro parcial para frisar que todas as provas obtidas
pelo ex-juiz da Lava Jato foram invalidadas pelo STF. “Uma vez declarada a
nulidade do plexo probatório – como de fato o foi -, a manutenção da constrição
de valores constantes em VGBL da falecida esposa do reclamante assume
tonalidades de caprichosa e arbitrária perseguição”, escreveu o ministro.
Fonte: Novo Notícias
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