A coluna do jornalista Lauro Jardim, em O Globo, desta segunda-feira, 14, traz uma notícia que está dando o que falar nas redes sociais. O presidente eleito e sua comitiva viajaram para o Egito, onde devem participar da COP-27. Leia a íntegra do que diz o colunista:
“O jato Gulfstream 600 que está
levando Lula, Janja e demais integrantes de sua comitiva ao Egito é
motivo de preocupação de vários personagens importantes do entorno do
presidente eleito. Motivo: ele pertence a um empresário.
“O Lula foi no mínimo ingênuo”, diz um assessor direto do
petista. “Pode não ser ilegal, mas é óbvio que é uma carona que ele deveria
evitar. Ele não liga para essas coisas, mas deveria”, afirma um ex-ministro do
segundo governo Lula que também prefere o anonimato. Essas opiniões circularam
por todo fim de semana no entorno do presidente eleito.
O valor médio do frete de um Gulfstream 600 é de US$ 10
mil por hora. O avião com Lula a bordo decolou às 7h30 do aeroporto de
Guarulhos. E só retorna na sexta-feira.
O G600 não pertence a um empresário qualquer.
É de propriedade de José Seripieri Junior, que já foi
conhecido pela alcunha de “Junior da Qualicorp”, empresa que ele fundou, mas da
qual já se desligou — hoje, é dono da Qsaúde. Junior foi preso pela Lava-Jato e
tornou-se delator. No fim de 2020, fechou com a PGR um acordo de delação
premiada pelo qual pagou uma multa de R$ 200 milhões.
É um dos empresários mais próximos de Lula. Durante a
campanha ofereceu um jantar em sua casa para que alguns de seus pares ouvissem
os planos do então candidato. Foi também o único empresário presente ao
casamento de Lula e Janja, em maio.
O jato de Junior é uma aeronave com capacidade para
transportar 19 passageiros e tem autonomia de voo para fazer sem escalas a rota
São Paulo/Egito. Um modelo zero quilômetro custa US$ 54 milhões.
O G600 de Junior tem uma peculiaridade: é um avião com matrícula americana, um expediente por alguns proprietários de jatos para pagar menos imposto”.
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