O ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Guido Mantega
renunciou ao cargo na equipe do gabinete
de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta
quinta-feira (17).
A informação foi confirmada pela equipe do gabinete de
transição, que afirmou que Alckmin recebeu a carta de renúncia de Mantega e
telefonou ao ex-ministro, agradecendo por seu empenho e desprendimento ao
cargo.
Mantega foi um dos nomes anunciados pela equipe do
governo eleito para auxiliar no processo de transição. Ele auxiliaria no grupo
de planejamento, orçamento e gestão.
O ex-ministro ocuparia um cargo de voluntário na equipe,
já que está inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a exercer cargo
em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição
envolvendo o caso das pedaladas fiscais.
Na carta enviada a Alckmin nesta quinta (17), Mantega
acusou “adversários” de usarem essa condenação no TCU para “tumultuar a transição
e criar dificuldades para o novo governo”.
“Essa minha condição estava sendo explorada pelos
adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o
novo governo. Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição,
no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me
afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse
equívoco, que manchou minha reputação”, disse Mantega no documento.
A condenação no TCU não era o único entrave de Mantega.
Desde que seu nome foi anunciado, houve repercussão negativa entre integrantes
do mercado financeiro e de integrantes de partidos de centro que apoiaram a
candidatura de Lula contra Bolsonaro.
A política econômica liderada por Mantega nos governos de
Dilma Rousseff, com uma marca de crescimento nos gastos públicos, fez com que
esses atores mais ligados ao mercado e ao establishment expusessem receios de
que a participação do ex-ministro na transição significaria uma linha da política
econômica do novo governo Lula.
A íntegra da carta de Mantega
a Alckmin:
São Paulo, 17 de novembro de
2022.
Aceitei com alegria o convite
para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição
para a implantação do governo democrático do presidente Lula.
Entretanto, em face de um
procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente,
enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no
ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como
colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão
que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos.
Mesmo assim essa minha
condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a
transição e criar dificuldades para o novo governo.
Diante disso, resolvi
solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão
judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública.
Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha
reputação.
0 comentários:
Postar um comentário