Um paciente potiguar que aguarda uma cirurgia cardíaca na
rede pública de saúde completou, nesta terça-feira (22), um ano internado em um
leito de enfermaria do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O caso chegou a ser judicializado pela família,
garantindo o recurso desde agosto para o procedimento, mas até o momento,
Joaquim Rodrigues Rebouças, de 62 anos, ainda não passou pela operação.
Em nota, o Hospital Onofre Lopes informou que a demora se
deu por dificuldade de comprar os insumos no mercado. Apesar disso, garantiu
que o material foi adquirido e que a cirurgia ocorrerá nos próximos dias (veja
a nota completa mais abaixo).
Com histórico de problemas cardíacos, Joaquim Rodrigues
passou mal em casa em novembro do ano passado, apresentando fortes dores no
peito e suor frequente e precisou ser internado.
Ele foi levado inicialmente à Unidade de
Pronto-Atendimento Pajuçara, na Zona Norte, e depois seguiu para o Hospital
Municipal, onde chegou a ser internado na UTI.
Internação no HUOL
Durante a bateria de exames, a família descobriu que o
problema apresentado foi a dissecção de aorta, uma membrana quase rompida no
coração. Foi então que ele foi internado no HUOL , há um ano, para esperar uma
cirurgia que vai colocar uma prótese biológica para substituir a artéria
lesionada. Ele corre risco de vida e por isso a internação é necessária até o
procedimento.
“Cada dia é mais uma dia e a gente sem saber o que nos
espera. E a situação do meu pai é grave. Ele quer ir para casa, está há um ano
dentro do hospital e a cirurgia não foi feita. E aí qual a segurança que a
gente tem de ir pra casa e não conseguir essa cirurgia?”, lamenta a filha do
paciente, Amanda Rebouças.
A família entrou na Justiça para realizar o procedimento
desde o fim de 2021 e perdeu a ação contra o estado, mas ganhou a contra a
União, uma vez que o HUOL é um hospital federal, pertencente à UFRN.
Na decisão, a Justiça determinou a realização do
procedimento cirúrgico e bloqueou os valores necessários. Apesar disso, a
cirurgia ainda não foi realizada.
“Quando a gente chegou, a programação era fazer a
cirurgia. Ele todos procedimentos que precisava, estava pronto para fazer a
cirurgia, e começaram a adiar, adiar. A gente perguntou e eles disseram que era
o material [o problema], que é essa próptese biológica”, disse a filha.
“O dinheiro [da decisão judicial] está garantido desde
agosto. Eles disseram que não encontravam fornecedor, mas, pra mim, não
justifica. Eles enviaram que fizeram a compra, nas não disseram nada de compra
e nem me informaram nada do processo. O que eu sei é que meu pai está há um ano
internado”.
O que diz o HUOL
Em nota, o Hospital Universitário Onofre Lopes informou
que a demora ocorre pelo procedimento demandar material médico que não é
oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o HUOL, após o caso ser judicializado, o que
garantiu os recursos para a cirurgia, tanto a unidade quanto a Secretaria de
Estado da Saúde Pública (Sesap) encontraram dificuldade para aquisição do
insumo necessário, pela escassez no mercado.
O hospital garantiu ainda que a aquisição do material
está garantida e espera a entrega por parte do fornecedor ainda nesta semana
para marcar a cirurgia.
g1
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