O economista Paulo Rabello de Castro (ex-BNDES e
Ex-IBGE), 73 anos, avalia que a retirada de despesas da regra fiscal pelo
governo petista pode triplicar o deficit público previsto para 2023. O governo
projeta rombo de R$ 64 bilhões para o ano que vem.
“Esse deficit pode duplicar. Dependendo da ousadia de
atender a todos os compromissos de uma vez só –sem sacrificar outras contas–,
pode levar a uma triplicação”, afirmou o economista ao PoderEntrevista.
A ideia aventada pela equipe de transição de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) é colocar despesas vistas como “emergenciais” fora do teto
de gastos.
Para Paulo Rabello, a manobra é esperta. Mas disse que as
coisas devem ser chamadas pelo nome: “Casuísmo”.
O economista tem críticas à fórmula como o teto de gastos
foi elaborado. Pela norma, as despesas primárias do governo (excluindo juros,
entre outras) devem ser reajustadas pela inflação. Com isso, avalia que a norma
não evita a expansão dos principais gastos do governo.
Sugere um novo indexador: o crescimento nominal da
economia (PIB nominal) para dar uma melhor dinâmica à regra.
Paulo Rabello é mestre e doutor em Economia pela
Universidade de Chicago. Foi presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, o IBGE, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
o BNDES. É fundador e sócio da RC Consultores.
Fonte: Poder 360
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