A Petrobras (PETR3/PETR4) acumulou perda de R$ 54 bilhões
em valor de mercado nesta semana, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
nas eleições presidenciais. A estatal terminou a semana valendo R$ 395 bilhões,
após suas ações ordinárias e preferenciais terem caído 11,4% e 13,5%,
respectivamente.
No mercado, investidores temem que a política de paridade
internacional de preços da Petrobras seja ameaçada sob o futuro governo petista
— o que poderia reduzir o potencial de lucro da companha e, consequentemente,
os dividendos pagos aos acionistas, inclusive ao governo.
A desvalorização da Petrobras ocorreu na contramão da
bolsa brasileira, que subiu 3,16% no período, puxada pela entrada de
investidores estrangeiros. Mas a grande diferença de desempenho da semana foi
dentro do setor de petróleo, onde o mercado migrou suas apostas para
petrolíferas privadas, blindadas do ambiente político.
Quem mais se beneficiou foi a 3R (RRRP3), com cerca de
2,5% do tamanho da Petrobras, que disparou 17,8% na semana. A maior entre as
petrolíferas privadas, a PetroRio (PRIO3) saltou 9,5% no período e a
PetroRecôncavo (RECV3), 16,4%. O petróleo também subiu na semana, com alta de
mais de 5%, embalado pela expectativa de maior demanda em meio a rumores de
queda de restrições à covid-19 na China.
Mas incertezas associadas ao que será da companhia no
futuro governo têm mantido investidores cautelosos já há algum tempo. Somadas
às perdas da semana anterior, quando pesquisas mantiveram Lula na liderança
pela corrida eleitoral, as ações da Petrobras desabaram 25%.
Nem mesmo o forte resultado do terceiro trimestre da Petrobras, apresentando na noite de quinta-feira, 3, salvou as ações da estatal, que sofreram uma nova baixa nesta sexta-feira, 4. No terceiro trimestre, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 46 bilhões, 48% acima do registrado no mesmo período do ano passado, com alta anual de 40% da receita para R$ 170 bilhões.
Fonte: Exame.
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