Por votação simbólica, a Comissão de Constituição e
Justiça do Senado aprovou a PEC do Lula, proposta que amplia o teto fiscal em
R$ 145 bilhões. A
excepcionalidade será válida por dois anos. Agora, o texto segue para o
plenário da Casa.
Pelo texto aprovado, o governo Lula será
obrigado a apresentar um novo marco fiscal até 31 de agosto do próximo ano.
Contudo, para chegar a um acordo, o senador Oriovisto
Guimarães (Podemos-RS), disse que
apresentará uma emenda em plenário para reduzir o prazo de validade para um ano.
Outros parlamentares como Alessandro Vieira (PSDB-SE)
também trabalham para que o texto possa valer apenas para o ano que vem. O
receio da oposição ao governo Lula, é que a próxima gestão utilize,
politicamente, essa brecha fiscal em ano de eleições municipais.
“Se nós entrarmos no
orçamento de 2024, é obvio que essa discussão vai se tornar eleitoral. A não
ser que toda a maioria do senado esteja querendo apoiar os candidatos a
prefeito do PT, deveriam votar apenas por um ano esse fura teto, para que não
falte para aqueles que mais precisam, e para que no médio e longo prazo, não
explodam de vez a boca do balão e corramos mais rápido para o precipício, que é
disso que essa PEC trata”, disse o senador Flávio Bolsonaro
(PL-RJ).
A proposta inicial do senador Alexandre Silveira
(PSD-MG) previa que o PT deveria apresentar uma alternativa ao teto de
gastos até o final de 2023. O texto inicial também destinava uma
licença para gastar na casa dos R$ 175 bilhões.
O valor foi considerado excessivo, inclusive, por
senadores da nova base governista. Após várias conversas, Silveira chegou ao
valor de R$ 145 bilhões. Essa cifra
já havia sido defendida pelo próprio PT na semana passada.
O prazo de apresentação do novo marco fiscal também foi
reduzido para contemplar os pedidos de integrantes da nova oposição.
Ao longo do dia, integrantes da base do governo eleito
chegaram a falar que a votação aconteceria apenas na quarta-feira. Mas houve um
acordo após reunião realizada no início da tarde de ontem, entre representantes
da base lulista e bolsonarista
no Senado, com o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), onde se chegou
a um acordo sobre os valores.
Outro fator que facilitou a aprovação do texto é a
possibilidade de utilização de quase R$ 23 bilhões para bancar emendas do
Congresso Nacional. A emenda
foi apresentada pela senadora Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do atual
ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Com esses recursos, será possível para o atual governo
destravar emendas de relator-geral, que não foram pagas pela gestão Jair
Bolsonaro. Os recursos deverão ser custeados por meio de “restos a pagar” ao longo de
2023.
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