O Congresso deixou uma brecha aberta para aumentar o
Orçamento de 2023 antes de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da
Transição, apresentada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da
Silva.
Lula corre contra o tempo para negociar a aprovação da
PEC, mas ainda não há um acordo consolidado para a aprovação. A equipe de
transição quer uma liberação de R$ 198 bilhões em despesas fora do teto de
gastos em 2023, incluindo o Bolsa Família no valor de R$ 600 mensais, benefício
extra para crianças de até seis anos e investimentos, além de incluir outras
despesas de interesse do futuro governo.
Parecer preliminar da Lei Orçamentária Anual (LOA),
aprovado nesta quarta-feira, 30, pela Comissão Mista de Orçamento (CMO),
autoriza o aumento de despesas no projeto orçamentário do próximo ano
incorporando o efeito de propostas ainda em tramitação no Congresso, antes da
aprovação desses projetos, incluindo a PEC.
Na prática, na falta de um acordo político agora, os
parlamentares poderão aprovar o aumento do Bolsa Família e de outras despesas
condicionadas, deixando os recursos “pendurados” no Orçamento para serem
liberados após a aprovação da PEC, o que daria um tempo maior de negociação
para o futuro governo.
A aprovação de despesas condicionadas no Orçamento não
garante o pagamento, mas diminui o tempo de votação da proposta orçamentária.
No momento, o cronograma do projeto de Orçamento de 2023 estabelece votação até
19 de dezembro.
No limite, os trabalhos do Congresso seguem até o dia 22. Ou seja, a PEC precisaria ser aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado em menos de três semanas. Por isso, a intenção dos parlamentares é abrir caminho para deixar o Orçamento pronto, caso a PEC não seja aprovada nesse período.
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