Secretários de Estado da Fazenda e Tributação discutem,
em Natal, nesta quinta-feira (8) caminhos para equilibrar as contas públicas e
a possibilidade de aumentar a alíquota do ICMS - Imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação.
De acordo com pesquisa do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz) seria necessário elevar em quatro pontos porcentuais a alíquota média padrão do ICMS, a partir de 2023, nos estados e também no Distrito Federal, para compensar a perda de arrecadação com a desoneração de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, ocorrida em julho deste ano.
No Rio Grande do Norte, segundo o estudo, a alíquota,
atualmente em 18%, deveria ser elevada para 22,3%, mas, de acordo com a
Secretaria de Estado da Tributação (SET-RN), não há uma definição sobre o
assunto.
Antes do trabalho do Comsefaz, Pará, Piauí, Paraná e Sergipe já haviam encaminhado às respectivas Assembleias Legislativas propostas de aumento de impostos. A TRIBUNA DO NORTE procurou o secretário de Tributação do RN, Carlos Eduardo Xavier, para questionar se a SET analisa a proposta e se avalia a sugestão como uma alternativa para tentar recompor as finanças do Estado. O secretário limitou-se a responder somente que ainda “há uma indefinição” acerca do tema.
Em entrevista ao Jornal do Dia, da TV Ponta Negra, Xavier
afirmou, nesta quarta-feira (7), que a redução do tributo deixou as 27 unidades
da federação em uma situação complicada. “Todos os estados estão com
muita dificuldade de fechar as contas em 2022 e projetam um 2023 muito difícil.
Alguns deles, pontualmente, já têm enviado projetos para suas Assembleias
Legislativas para mexer na alíquota do ICMS”, disse o secretário.
Para entrar em vigor no ano que vem, a nova alíquota
padrão do ICMS teria de ser proposta ainda em 2022, seguindo o princípio da
anterioridade tributária. "Se as Assembleias não aprovarem neste ano, não
se aplica a mudança em 2023. Só em 2024", alerta o estudo.
Entidades do RN discordam de elevação
As entidades da cadeia produtiva do Estado discordam da proposta de aumento do ICMS. O presidente da Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, também se posicionou contra a possibilidade de elevação. “A Fecomércio é, por essência, contrária a todo e qualquer aumento de carga tributária em virtude dos efeitos negativos que ele traz para a economia e para a capacidade das empresas de gerarem ocupação e renda. Ainda mais sabendo que o setor de Comércio e Serviços, que responde por R$ 3 em cada R$ 4 reais arrecadados de ICMS no Estado, é claramente o mais afetado com isso”, pontuou.
“Iremos aguardar a proposta, esperando que a
Assembleia Legislativa e o próprio Governo possam discutir conosco, e toda a
sociedade, o tema com a transparência, serenidade e profundidade necessárias”,
explicou.
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