Impulsionada por Lula, acolhida pelo Senado e em
discussão na Câmara, a PEC da Gastança tem custo
estimado de R$ 198 bilhões. Mas a conta é bem maior do que
pensamos. A percepção de maior risco e a incerteza fiscal já elevaram em
cerca de 4% os juros de longo prazo, aumentando o custo da rolagem da dívida em
cerca de R$ 200 bilhões.
Toda a desmoralização do arcabouço fiscal derrubou em R$
650 bilhões o valor das empresas brasileiras cotadas na Bovespa. Na prática, temos um dano econômico de
mais de R$ 1 trilhão — e o presidente diplomado ainda nem assumiu.
Arthur Lira, que
se utiliza da PEC para negociar com Lula sua própria sobrevivência política,
já foi alertado por economistas influentes sobre o efeito ‘bola de neve’, com
retração do consumo, fuga de investimento e fechamento de postos de trabalho.
Ironicamente, a aprovação
desse pacote infernal pode dar ao PT e a seus aliados a sensação de vitória
política, mas o alcance é curto e o efeito rebote será fulminante para o
próprio governo. A derrota da PEC, por outro lado, poderá
salvar a economia e o próprio mandato de Lula.
A miopia política e ambição
desmedida tendem a derrotar ambos: governo e sociedade.
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