Aprovada pelo Congresso Nacional em 2017, durante o
governo do ex-presidente Michel Temer, a reforma trabalhista deve voltar à
pauta neste ano, desta vez debatida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF). Cinco anos depois de entrar em vigor, a legislação que flexibilizou e
desburocratizou o mercado de trabalho pode sofrer alterações importantes na
mais alta Corte do Judiciário.
Ao todo, tramitam nos escaninhos do Supremo 11 ações
movidas contra mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – legislação
criada no início dos anos 1940, sancionada por Getúlio Vargas durante o período
do Estado Novo (1937-1945). Os processos tratam de sete temas relacionados à
reforma trabalhista.
O número de ações apresentadas ao STF contra pontos
aprovados na reforma chegou a 40, mas grande parte delas já foi considerada
improcedente pela Corte. As 11 ainda pendentes de julgamento tratam de sete
temas principais, entre os quais o contrato de trabalho intermitente,
questionado nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5826, 6154 e
5829.
“O Judiciário é convocado para tomar decisões quando o
legislador não atuou de forma clara. A reforma trabalhista é um bom exemplo
disso”, avalia Cássio Faeddo, sócio do escritório Faeddo Advogados.
O volume de discussões no STF e as múltiplas
possibilidades de decisões geram um ambiente de insegurança jurídica para os
empregadores, que contratam de acordo com as mudanças aprovadas no âmbito da
reforma.
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