Uma idosa
de 109 anos precisou aguardar quase 24h nos corredores do Hospital Walfredo
Gurgel, em Natal, antes de
conseguir um leito para internação. Devidamente alojada na unidade médica, ela
precisará passar por um procedimento cirúrgico que ainda não tem data para
ocorrer.
A idosa precisou
procurar atendimento na unidade após sofrer uma queda e fraturar o fêmur. Ela foi uma das 80 pacientes que
aguardavam no corredor por um leito na unidade superlotada.
"Ela deu
entrada no dia 10 com fratura no fêmur. Ela ficou perto ao elevador, perto a um
depósito de lixo. Hoje ela conseguiu leito, mas está na espera da cirurgia.
Ninguém confirma data, ninguém fala nada. É bem preocupante", afirmou a
neta da idosa, que a acompanha na unidade médica.
Ela é apenas uma das pacientes que sofrem com as atuais
condições na principal unidade pública de saúde do estado. A situação foi
acentuada com a greve dos anestesistas
desde meados de dezembro. Os profissionais reclamam da falta de
pagamento do Governo do Estado e Prefeitura de Natal.
"Esse período
vivemos a excepcionalidade da greve. Mas a superlotação dentro dos hospitais é
frequente, mas a situação foi acentuada. Pacientes estão há mais de 15 dias,
esperando cirurgias. São idosos amontoados em macas, é uma situação muito
preocupante", afirma Rosália Fernandes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores
em Saúde do RN (Sindsaúde/RN).
A reportagem da InterTV Cabugi esteve no Walfredo Gurgel na
manhã desta quinta-feira (12) e pôde atestar as dificuldades que pacientes
estão passando. Foi possível observar um acompanhante sentado em uma cadeira de
praia.
No local, um
profissional do SAMU não conseguiu transitar no corredor, tomado por macas nos
dois lados. Um cadeirante também teve dificuldades de locomoção. Acompanhantes
reclamaram da falta de itens básicos como lençol e comida.
De acordo com a Secretaria
de Estado de Saúde Pública (Sesap), a idosa está "listada como
prioridade" para que o procedimento seja realizado. A pasta afirmou que a
fila não está andando da forma adequada devido à greve dos anestesistas.
A Secretaria afirmou
que realizou um acordo junto à cooperativa dos anestesistas para a retomada dos
serviços e afirmou que o município de Natal, que operacionaliza o serviço, não
compareceu à reunião.
Por sua vez, a
Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal), afirmou que não foi convidado para a
reunião e que se reunirá na sexta-feira com a categoria. O município afirma já
ter feito um repasse de R$ 1,9 milhão após a paralisação da categoria.
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