O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a campanha
de disputa à Presidência prometendo isenção de Imposto de Renda (IR) para quem
ganhasse até R$ 5 mil. A informação foi um dos destaques no site do Partido dos
Trabalhadores: “É uma necessidade urgente e integra a lista de medidas que
serão implementadas em 2023”, garantia. A proposta tinha como tema a retomada
do poder de compra dos brasileiros.
Entretanto, a partir deste ano, quem ganha pelo menos um
salário mínimo e meio por mês (R$ 1,9 mil) passa a pagar o imposto à Receita
Federal. O desconto já ocorre na folha de pagamento para essa quantia, com
alíquota mínima de 7,5% sobre a renda.
Com base nos dados da inflação, a Associação Nacional dos
Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) calcula uma defasagem
de 134% sobre a tabela do IR para a pessoa física, que não é reajustada desde
2016. Caso o governo fizesse o reajuste integral, a renda mensal isenta de
declarar o IR sairia do teto atual para R$ 4,4 mil na declaração deste ano, segundo
os cálculos da entidade.
Hoje, quase 38 milhões de contribuintes devem declarar
imposto de renda. Se houvesse correção integral da tabela, como prometido por
Lula, somente 11,5 milhões de brasileiros continuariam obrigados a declarar. Só
que o reajuste significaria uma renúncia fiscal de R$ 184 bilhões para a
Receita Federal, de acordo com as estimativas da Unafisco.
Revista Oeste e The Investor/Blog do BG
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