O início do governo Lula tem sido marcado pela volta à
cena de figuras carimbadas em investigações que deram o que falar durante a era
petista.
Nesta quinta-feira, o Diário Oficial da União trouxe a
nomeação, para uma das secretarias do Ministério da Previdência Social, de
Paulo Roberto dos Santos Pinto, que em 2013 caiu do cargo de
secretário-executivo do Ministério do Trabalho após ser alvo de uma operação da
Polícia Federal que investigava desvios da ordem de R$ 400 milhões na pasta.
Pinto foi nomeado pelo ministro Carlos Lupi, ele próprio
demitido do Ministério do Trabalho de Dilma Rousseff em 2011 em meio a
denúncias sobre a existência de um esquema de cobrança de propina para
regularizar o registro de organizações não-governamentais.
O novo secretário é, há tempos, homem de confiança do
PDT, partido presidido por Lupi. A recém-criada Secretaria de Regime Próprio e
Complementar, que ele irá comandar, será responsável por cuidar, por exemplo,
das regras dos regimes de previdência de servidores públicos de estados e
municípios – uma área sensível que envolve investimentos milionários de fundos
de pensão e já rendeu escândalos rumorosos no passado recente.
As escolhas de Lupi têm causado polêmica dentro do
ministério. Agora, curiosamente, ele está tentando emplacar em importantes
postos personagens que estiveram à frente da política previdenciária de Jair
Bolsonaro, tão criticada pelo PT durante a campanha e a transição,
especialmente pelas filas monumentais que têm atrasado a aposentadoria de
milhões de trabalhadores.
Nos bastidores do governo, aparecem cotados para um cargo
de coordenação vinculado ao gabinete do próprio Lupi e para uma diretoria do
INSS André Rodrigues Veras e Guilherme Serrano. Veras foi secretário de
Previdência e Serrano presidiu o INSS na gestão Bolsonaro. Fontes da pasta
disseram à coluna que os nomes de ambos foram enviados para análise da Casa
Civil.
Procurado, Lupi não respondeu às tentativas de contato.
Paulo Roberto Pinto, o secretário que caiu em 2013 e agora voltou ao governo pelas
mãos de Lupi, seu companheiro de partido, minimizou a importância dos problemas
do passado. Ele diz que as suspeitas que o derrubaram não restaram comprovadas.
“Não tinha nada de errado, nada de irregular. Me chamaram para prestar
depoimento. Só que quando te chamam para prestar depoimento, você já está
condenado por todo mundo sem ter nada”, afirmou.
Fonte: Coluna do Rodrigo Rangel/Metrópoles.
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