O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu que o
salário mínimo de R$ 1.320 não vai vigorar nos primeiros meses deste ano.
Uma ala do governo defende
manter o valor de R$ 1.302 durante todo o ano. Outra, quer que o mínimo de R$
1.320 comece a valer a partir de maio, no Dia do Trabalho.
O valor de R$ 1.302 foi
determinado via medida provisória editada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) no ano passado, para valer em 2023.
O reajuste determinado por
Bolsonaro representou um aumento de 7,43% – a reposição da inflação mais um
ganho real de 1,4% – em relação ao salário mínimo de 2022, que era de R$ 1.212.
Já o mínimo de R$ 1.320 foi
prometido por Lula para este ano, o que garantiria um aumento real maior, de
2,81%.
Só que o novo governo
verificou que houve, no ano passado, uma concessão acima do previsto de
aposentadorias, elevando os gastos do INSS.
Com isso, se o novo mínimo
entrasse em vigor desde janeiro, o INSS teria um gasto extra de R$ 7,7 bilhões,
que ficariam fora do teto dos gastos públicos.
Por isso, para bancar esse
aumento desde janeiro, o Ministério da Fazenda teria de fazer um bloqueio de
gastos para bancar essas despesas.
A equipe do ministro Fernando
Haddad defende a manutenção do valor de R$ 1.302 ao longo de todo ano.
A ala política, preocupada com
o desgaste para Lula, propõe que o mínimo com aumento real comece a vigorar a
partir de maio, mês do trabalhador.
Na próxima quarta-feira, Lula
fará uma reunião com as centrais sindicais, quando será anunciada a criação de
um grupo de trabalho para definir a nova política de valorização do salário
mínimo e também de regras para trabalhadores de aplicativos.
Neste dia, será batido o
martelo final sobre o valor do mínimo neste ano.
Por G1.
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