O governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), tem deixado em sigilo informações relacionadas à gestão do petista
no mesmo patamar dos quatro anos de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL).
Na campanha eleitoral de 2022, Lula fez duras críticas a
Bolsonaro por não revelar dados relativos ao Executivo. Ao tomar posse neste
ano, ele prometeu que daria mais transparência a assuntos referentes ao poder
público. No entanto, no primeiro mês de mandato, o atual presidente não cumpriu
com a própria palavra.
Segundo estatísticas da Controladoria-Geral da União
(CGU), de 1º de janeiro até esta terça-feira (31), o governo federal recebeu
aproximadamente 10.800 pedidos via Lei de Acesso à Informação e não respondeu a
7% do total de solicitações, quase o mesmo percentual observado de 2019 a 2022,
quando a média de pedidos que não tiveram resposta foi de 7,4%.
Entre as justificativas dadas pelo governo Lula para
negar acesso às informações, a principal é que se trata de dados sigilosos de
acordo com legislação específica. Segundo a CGU, 23,4% das solicitações não
tiveram resposta por esse motivo.
Outros 19,3% dos pedidos não foram respondidos por serem
genéricos. Além disso, o governo não respondeu a 15,4% dos requerimentos por
avaliar que eles envolviam dados pessoais. A gestão de Lula ainda afirmou que
algumas solicitações não poderiam ser atendidas porque eram genéricas,
incompreensíveis e desproporcionais ou desarrazoadas.
O governo federal impôs sigilo, por exemplo, sobre
algumas informações relacionadas à recepção feita a autoridades nacionais e
internacionais no dia da posse de Lula. A lista de convidados ficará em segredo
por cinco anos.
Fonte: R7
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