Um relatório sigiloso enviado pelo Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) ao Congresso Nacional mostrou que o governo
federal havia sido informado sobre eventuais ataques extremistas em
Brasília, no dia 8 de janeiro.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) relatou
que identificou a convocação de diversas caravanas com direção à capital
federal. No texto, a agência teria informado as intenções desses manifestantes,
como a invasão ao Congresso Nacional.
O documento foi enviado a órgãos do governo e, depois, em
20 de janeiro, à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência
(CCAI). Ele foi assinado pelo chefe do GSI, Gonçalves Dias. O alerta, por sua
vez, foi feito pela Agência Brasileira de Inteligência, subordinada ao GSI.
CPI
A informação de que o relatório da Abin está no Congresso
tem sido usada pelos entusiastas de uma CPI para implementar a investigação. A
estratégia desse grupo é implicar ministros do governo nas suspeitas de omissão
por parte das autoridades durante os ataques do dia 8. O senador Espiridião
Amin (PP-SC) diz que a chegada do documento ao Legislativo reforça a necessidade
da uma investigação parlamentar.
Ao R7, o senador Esperidião Amin (PP-SC),
ex-presidente da comissão, disse que solicitou o pedido de desclassificação do
caráter sigiloso do documento recebido, “uma vez que se referem a fatos
pretéritos e não representam qualquer ameaça à sociedade ou ao Estado
brasileiro”. Caberá, portanto, à nova presidência definir a medida.
A reportagem do R7 procurou o Palácio do Planalto e
aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Lula
O relatório sigiloso produzido pela Abin, porém,
contrasta com as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). Desde os ataques, o petista tem criticado as forças de segurança do
Distrito Federal pela suposta ausência diante dos ataques extremistas.
Em 12 de janeiro, Lula recebeu os jornalistas para um
café da manhã e afirmou estar convencido de que alguém abriu as portas do
Palácio do Planalto para que os extremistas invadissem e depredassem o
prédio.
“Estou esperando a poeira baixar, mas quero ver as fitas
que foram gravadas dentro do Supremo Tribunal Federal, do Planalto. Teve muita
gente conivente, muita gente da PM conivente, muita gente das Forças Armadas
conivente. Estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta
para que gente entrasse, porque não tem porta quebrada, significa que alguém
facilitou a entrada”, disse Lula na ocasião.
Fonte: R7
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