O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu em
entrevista nesta quinta-feira à CNN que o ex-ministro José Dirceu “é um agente
e militante político da maior qualidade” e não tem que “andar escondido”, ao se
referir à participação de Dirceu no evento de aniversário do PT.
Ninguém pode ser
penalizado a vida inteira. Ninguém pode ser na política criminalizado de forma
perpétua. O José Dirceu é um agente político, um militante político, da maior
qualidade. Ele está voltando a participar (dos eventos do PT) — disse o petista
à emissora.
Chefe da Casa Civil na
primeira gestão de Lula, José Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) no caso do mensalão e também foi alvo da Operação Lava-Jato. No
aniversário de 43 anos do PT, comemorado na segunda-feira, Lula agradeceu a
José Dirceu, que ocupou um assento ao fundo no palco.
Durante o evento, o
ministro mais poderoso da primeira gestão de Lula, em 2003, foi assediado por
militantes que fizeram fila para cumprimentá-lo e para fazer foto com ele.
Companheiros e
companheiras, eu quero agradecer cada um de vocês, mulheres e homens.
Companheiro José Dirceu, agradecer a você porque eu sei o quanto você foi solidário
ao que eu passei. Quero agradecer a todos os presidentes do partido e aqui
estou vendo a Gleisi e o Rui Falcão, José Dirceu e eu mesmo já fui presidente do partido — disse.
A influência de José
Dirceu no PT ficou evidente também com a nomeação do filho dele, o deputado
federal Zeca Dirceu (PT-PR), como líder do partido na Câmara. A escolha por
Zeca Dirceu para a liderança do partido chegou a ser vista internamente como
uma forma de contemplar o ex-ministro. O petista ficou de fora da composição dos
principais cargos no novo governo e nem sequer esteve entre os convidados para
a cerimônia de posse.
Na entrevista à CNN,
Lula afirmou ainda que o PT deve construir outra narrativa e foi “massacrado”
nos últimos anos.
Casualmente, eu vi o
Zé Dirceu lá sentado até meio escondidinho. Eu acho que não tem que andar
escondido. Tem que colocar a cara para fora. A gente tem que brigar para
construir outra narrativa na sociedade brasileira. Nenhum partido foi mais
massacrado que o PT — declarou.
O presidente também
falou que ministros terão “presunção de inocência” em seu governo ao ser
questionado qual seria a linha de corte para demitir ministros:
Na hora que houver
denúncia, vamos ver internamente através da CGU (Controladoria-Geral da União)
a investigação para ver se há procedência na denúncia. Se tiver procedência, o
ministro será afastado. Se segundo a CGU não tiver procedência, a gente vai
dizer que não tem procedência. Esse é o melhor jeito de governar esse país.
Fonte: O Globo
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