O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu um
processo de investigação criminal contra a ministra do Turismo, Daniela
Carneiro. O processo foi instaurado a partir de uma notícia-crime protocolada
pelo deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
O pedido de investigação feito por Dallagnol se baseou em
uma matéria do portal Metrópoles, que denuncia o uso de mais de R$ 1 milhão do
fundo eleitoral de Daniela quando ela concorria a deputada federal pelo Rio de
Janeiro no ano passado em “gráficas fantasmas”, levantando a suspeita de desvio
de verba pública.
Carneiro foi eleita a deputada federal mais votada no Rio
de Janeiro em 2022 pelo União Brasil. E foi indicada pelo partido para ser
ministra de Lula.
O marido de Daniela, o atual prefeito de Belford Roxo,
Wagner Carneiro (o Waguinho), foi alvo de uma ação do Ministério Público do Rio
de Janeiro pelo mesmo motivo em 2016 em sua campanha para a prefeitura na
época. De acordo com o Ministério Público, ele teria usado dinheiro não
contabilizado para produzir material gráfico de campanha.
“O presidente Lula disse em 6 de janeiro que quem
cometesse irregularidades no governo seria convidado a se retirar, mas já são
semanas de divulgação na imprensa de irregularidades de vários ministros de
Estado e nada acontece. Como Lula não cumpriu sua promessa com o povo
brasileiro, estamos acionando o Ministério Público para fazer valer a promessa
que nós fizemos: fiscalizar, cobrar, e representar a indignação da sociedade
com os abusos do governo Lula”, afirmou Deltan em nota divulgada por sua
assessoria.
Os fatos, se comprovados, podem caracterizar os crimes de
apropriação indébita eleitoral, falsificação de prestação de contas eleitoral e
lavagem de dinheiro. Esses mesmos fatos podem configurar, ainda, improbidade administrativa.
Por nota, a ministra do Turismo informou que as gráficas
contratadas entregaram todos os materiais de campanha demandados e “os mesmos
foram retirados nos parques gráficos indicados pelas empresas: Printing Midia
situada na Zona da Leopoldina e Rubra Gráfica que terceiriza parte de sua
produção na empresa Lastro, em São Cristóvão”.
“Vale destacar que a divergência cadastral das gráficas
junto à Receita não é de responsabilidade da ministra e que todas as suas
contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. A ministra
acredita na justiça e que os fatos serão esclarecidos com a maior brevidade
possível”, conclui o comunicado de Daniela.
Daniela chegou a apagar de suas redes sociais um vídeo em
que recebe o apoio eleitoral de um acusado de chefiar uma milícia na Baixada
Fluminense, seu reduto político.
“Inimigos querendo me queimar, mas não irão conseguir”,
escreveu a ministra na quarta (4) em uma mensagem de WhatsApp flagrada pela
reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”. Ao longo dos últimos anos, Lula
criticava a suposta proximidade do então presidente Jair Bolsonaro com
integrantes de milícias.
Ministros próximos a Lula saíram em defesa de Daniela. Na
primeira reunião ministerial, nesta sexta (6), Lula indicou que “quem fizer
errado será convidado a deixar o governo”. Ainda assim, indicou que os
ministros não serão abandonados.
CNN Brasil
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