Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reconduzido à presidência do Senado com 49 votos, 8 a menos do que teve há 2 anos. O apoio dado ao senador reeleito é um dos mais modestos no atual período democrático do país, o mais abaixo o histórico desde a redemocratização.
Esse frágil equilíbrio trará consequências para a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os 49 votos de Pacheco são o mínimo necessário para aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) no Senado –como, por exemplo, a reforma tributária prometida por Fernando Haddad (Fazenda).
Esse volume de apoio foi conseguido nos últimos dias na base da tradicional fisiologia da política brasileira, com distribuição de cargos públicos pelo Palácio do Planalto.
Depois da proclamação do resultado, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse que “em nenhum momento o governo fez qualquer intervenção” na eleição no Senado.
“Não vou dizer que não houve pedidos”, disse o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT), antes da votação. Ele negou, contudo, que os ministros tenham distribuído promessas.
Fato é que a base de apoio ao governo Lula ficará na conta do chá para aprovar PECs nos próximos meses. O Planalto talvez tenha de se lançar novamente em direção ao Senado e distribuir benefícios no estilo do “é dando que se recebe”.
Essa fórmula funciona. Mas é desgastante. Expõe o Planalto a riscos de algum escândalo quando houver algum interesse contrariado.
Para a oposição, sobra o gosto aziago na boca por causa da derrota. Mas os 32 votos obtidos por Rogério Marinho (PL-RN) indicam haver músculos do bolsonarismo e de seus aliados no enfrentamento ao STF (Supremo Tribunal Federal).
A economia pode operar milagres. Se o PIB crescer, a inflação for controlada, o juro cair e empregos forem criados, a vida de Lula no Congresso melhora muito. É cedo para saber qual será o cenário em junho.
Com informações de Poder 360
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