Quatro ministros do atual governo votaram a favor da
autonomia do Banco Central, medida classificada como “bobagem” pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Simone Tebet (Planejamento),
Juscelino Filho (Comunicações), Daniela do Waguinho (Turismo) e André de Paula
(Pesca) ajudaram a aprovar a regra em 2021 quando exerciam mandato parlamentar.
A base de apoio do presidente também se posicionou
majoritariamente a favor da medida que estipula mandatos fixos para o comando
da instituição e tenta blindar a direção do BC de interferências políticas.
Dos 13 partidos que apoiam Lula no Congresso, apenas PT,
PSOL, PCdoB e Rede foram integralmente contra nas votações no Senado e na
Câmara. Entre os deputados que votaram pela independência do órgão, está André
Janones (Avante-MG). Com forte presença nas redes sociais, Janones adotou o
silêncio desde que o petista passou a atacar a decisão do Congresso.
“Quero saber do que serviu a independência do Banco
Central”, afirmou Lula em entrevista à Rede TV! no dia 2 de fevereiro. Não é a
primeira vez que o presidente ataca decisões tomadas pelo Congresso no passado
e que contaram com o apoio de parte dos seus apoiadores. Ele também já
classificou como golpe o impeachment de Dilma Rousseff, apoiado por sete de
seus atuais ministros.
Durante a campanha à Presidência em 2022, Simone Tebet levou a defesa da autonomia do BC como uma de suas principais pautas. “Como senadora, votei favorável à autonomia e continuo favorável. É um avanço institucional e deve ser mantido”, publicou em sua página em agosto do ano passado, meses antes de virar ministra.
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