Em seu artigo semanal na Crusoé, o analista
político Leonardo Barreto escreve o segundo de três textos que
procuram organizar um marco analítico do governo Lula.
“Para analisar o governo Lula é preciso partir
do fato de que o território que o PT tinha mapeado no seu primeiro
período, entre 2003 e 2016, mudou profundamente.
A única coisa constante é o tamanho das bancadas
estaduais. De resto, ideologicamente, há uma direita organizada que não havia
anteriormente; adversários do passado, como o PSDB, sumiram; protagonistas
passaram a ser coadjuvantes, como o MDB; o número de cargos para a
distribuição entre aliados diminuiu com a Lei das Estatais; e, apesar de o
Executivo ainda ter controle do timing de liberação de recursos, deputados e
senadores hoje dependem mais de um bom relacionamento com as presidências das
respectivas Casas para garantir dinheiro para as suas bases do que da
proximidade com Lula.
O fato — inconfessável publicamente por parte dos
petistas — é que eles não têm a mínima ideia do que esperar nesse novo cenário.
Por exemplo, como lidar com o fato de que o União Brasil, na Câmara,
decretou independência antes mesmo de a temporada de votações começar? Quem é,
na verdade, esse novo parceiro de coalizão?”
O Antagonista
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