Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan News, o
deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) revelou um documento que
comprovaria que o ministro da Justiça, Flávio Dino, teria sido informado com
antecedência a respeito dos ataques à Praça dos Três Poderes no dia 8 de
janeiro.
Em esclarecimentos que prestou à Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara nesta terça-feira (28), o ministro negou que teria
recebido tais informações. “Eu trouxe para vocês com exclusividade um documento
que prova que o ministro Flávio Dino mentiu. Não só ele recebeu o relatório da
Abin, como recebeu um relatório do próprio delegado geral do seu próprio
ministério”, afirma Kataguiri.
No documento enviado a Dino pelo diretor-geral da Polícia
Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, no dia anterior aos ataques,
está presente o seguinte trecho: “Pelas informações coletadas até o momento, o
grupo pretende promover ações hostis e danos contra os prédios dos ministérios
do Congresso Nacional, Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e,
possivelmente, de outros órgãos como o Tribunal Superior Eleitoral. Há
informações, inclusive, de indivíduos armados fazendo a ‘segurança’ dos
manifestantes, com como inúmeros indivíduos dispostos a enfrentar as Forças de
Segurança para tentarem, como vêm dizendo em redes sociais e aplicativos de
mensagens, ‘tomar o poder’ nesta capital federal”.
Kataguiri diz que vai apresentar uma denúncia por crime
de responsabilidade contra o ministro por ele supostamente ter mentido em uma
audiência na Câmara dos Deputados e por negligência: “Por ele ter sido
negligente em relação aos ataques, dizendo para o governo do Distrito Federal
que as Forças Federais estavam monitorando e que estava tudo sob controle,
quando na verdade ele não empregou essas Forças Federais para defender os Três
Poderes”. O deputado destacou que o ministro reconhece com a própria assinatura
que recebeu este documento da PF: “Não há como dizer que ele não recebeu. Eu
disponibilizei a íntegra justamente porque nesse tipo de documento, na parte de
trás, tem um QR Code que você verifica a veracidade do documento no sistema
SEI. É um sistema que integra vários órgãos, você é direcionado para o site em
que o documento está oficialmente, você atesta a veracidade do documento”.
No ofício, o diretor-geral da PF afirma que foi
constatado pela corporação “intensa movimentação em todo o país de pessoas que,
inconformadas com o resultado das eleições” e com o novo governo, estão
organizando caravanas de ônibus para se deslocarem até Brasília. O objetivo do
grupo na capital federal, segundo a PF, seria “tomar o poder” e “impedir a
instalação do comunismo no Brasil”. “O ministro sabia e mentiu que não sabia.
Logo após receber esse ofício, o ministro Flávio Dino enviou um ofício para o
Ibaneis pedindo apenas que fosse bloqueado a rodoviária. O governador bloqueou
a rodoviária. Isso é um ofício do ministro Flávio Dino para o governador do
Distrito Federal, no próprio dia 7, um dia antes dos ataques: ‘Reforço que o
Ministério da Justiça e Segurança Pública e as Forças Federais estão
monitorando o referido movimento e encontram-se à disposição para emprego
imediato em caso de necessidade a fim de resguardar o patrimônio da União'”,
explica o deputado.
“Ele não pode argumentar que ele não leu. Uma hora e meia
depois de receber esse documento da PF ele manda um ofício para o governador do
Distrito Federal citando esse relatório da PF. Ele diz o seguinte: ‘Senhor
governador, com os cordiais cumprimentos, reportamos ao ofício 5/2023 do
gabinete da Polícia Federal’. Documento assinado pelo ministro Flávio Dino. Ele
reconhece com a própria assinatura que recebeu esse documento da polícia
federal. (….) Não há como o ministro dizer que não sabia”, diz Kim.
Assista o vídeo aqui.
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