Uma estudante concluinte do ensino médio da rede estadual
de ensino publicou em suas redes sociais uma nota de repúdio nesta quarta-feira
(29) sobre a greve dos professores e a gestão da educação no governo Fátima
Bezerra.
Amabily Gabriely assina a nota em tom de desabafo sobre
as condições da educação na rede estadual e no fim faz um apelo: “Se para que o aluno tenha o direito de ir à
escola é necessário que vocês paguem o que devem aos nossos professores, então
por gentileza, paguem”. Confira abaixo a nota na íntegra.
Nota de repúdio:
Hoje, é dia 29 de março do
ano vigente de 2023. Gostaria de aqui expor as minhas lamentações para com o
estado.
Hoje, faltam aproximadamente
menos de duas semanas para que complete UM mês sem aula no estado do RN. A
governadora Maria de Fátima Bezerra, que por sinal é pedagoga, não deveria
fazer um acordo salarial que pudesse ser justo para todos? E quando digo
“todos” incluo toda a comunidade que faz parte do ensino, desde professores até
aos alunos.
Para os alunos que estão na
1° e 2° série do ensino médio sofrerão com atraso e acúmulo de conteúdo, e esse
é mesmo conteúdo que será cobrado futuramente como se nada estivesse
acontecendo agora, o que resultará em uma má aprendizagem e frustração por ter
pouco tempo para absorver tanta coisa.
Já para os alunos das 3°
séries do ensino médio que realizarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
estão em suas casas estudando ou pelo menos tentando, já que não há professores
que possam tirar suas dúvidas. Sem contar que estes também passarão pelo
acúmulo de conteúdo e estresse desnecessário que também resultará em uma má
aprendizagem.
Me choca saber que este é o
mesmo governo que espera que do ensino médio saíam “máquinas perfeitas”. Como
querem que estudantes com mais de uma responsabilidade administre e absorva
conteúdos acumulados? Por que meus senhores, eu lhes digo, é exatamente isso
que acontece quando se tem tanto tempo perdido em algo que no fim vocês mesmos
vão acabar cedendo ou fazer uma proposta que muito antes deveria ter sido
feita. A pandemia é o maior exemplo de como o tempo perdido afetou a
aprendizagem nas escolas. Vejam, muitos alunos passaram de ano sem muito
esforço e no ano seguinte perceberam uma grande dificuldade em aprender o que
já deveriam saber.
Além de lhes mostrar como
essa greve afeta a comunidade pedagógica – que não é constituída apenas por
professores. Também quero lhes apresentar a lei:
O Estatuto da Criança e
Adolescente (ECA) visa que é direito nosso (alunos) o acesso ao ensino.
“O aluno tem direito à educação e à instrução, sendo-lhe
asseguradas, através do Estado todas as oportunidades e facilidades, a fim de
lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, espiritual e social, em
condições de liberdade e solidariedade humana.” – Fonte: http://www.dhnet.org.br
Mediante tudo isso, quero
aqui lhes dizer que: o governo me enoja. Pois, enquanto todos vocês brigam e
defendem fielmente seus partidos e se dizem ser patriotas de sua nação, existem
outras categorias aguardando que vocês, senhores, tomem as devidas
providências.
Se para que o aluno tenha o
direito de ir à escola é necessário que vocês paguem o que devem aos nossos
professores, então por gentileza, paguem.
Att: Amabily Gabriely –
estudante concluinte do ensino médio.
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