Apesar de o PT ter classificado como “narrativa” um
eventual vínculo entre o partido e o PCC, desde 2019 surgiram vários elementos que ligam, direta ou
indiretamente, integrantes da organização criminosa com a agremiação partidária que
hoje comanda o Palácio do Planalto.
Na quarta-feira, a PF desarticulou uma quadrilha que pretendia
assassinar o ex-ministro da Justiça e hoje senador
Sergio Moro. Ontem, o presidente Lula disse que tudo não teria passado de
uma “armação” do ex-ministro. O PT,
por sua vez, tem trabalhado para isentar a sigla de qualquer vínculo com a
organização criminosa.
Em 2019, em ligações interceptadas pela Polícia Federal –
como parte da Operação Cravada -, integrantes
da facção criminosa reclamam da transferência de presos e xingaram o então
ministro Moro. Eles também
falam em “diálogo cabuloso” com
o PT.
“Esse Moro
aí, mano, esse cara é um m…”, disse um dos integrantes do PCC,
Alexsandro Roberto Pereira, também conhecido como “Elias”. “Ele [Moro] já começou
[a atrapalhar] quando foi para cima do PT. Para você ver que com o PT, com nós
a gente tinha diálogo. O PT nós tinha um diálogo cabuloso, mano.”
A informação foi divulgada, inclusive, por veículos como
jornal O Globo e o Estado de S.
Paulo.
Na época, a então presidente do PT também associou a ação da PF
a uma armação do ex-juiz Sergio Moro.
“Quem
dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT,
foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra Lula com
delações mentirosas e sem provas”, disse Gleisi pelo Twitter na
época.
Em junho do ano passado, a Revista Crusoé revelou
que a Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para investigar se o vereador Senival Moura, ex-líder do PT na Câmara de
São Paulo, seria uma espécie de laranja do PCC em
uma célula da organização criminosa dentro do setor de transportes da capital
paulista.
“O crime
organizado foi seu primeiro financiador, oportunidade em que dois criminosos
alcunhados como ‘Cunta’, já falecido, e ‘Alexandre Gordo’, que está preso há
muitos anos, encarregaram-se da tomada de recursos.”, disse no
inquérito policial, o delegado Vagner Alves da Cunha, responsável pela
investigação.
O bandido
mais perigoso do Brasil, o Marcos Camacho, o “Marcola”, também já
foi flagrado fazendo referência ao PT. Em outubro do ano passado, O Antagonista revelou
áudios de Marcola na prisão, captados com autorização judicial, e que também mostravam a
existência de canais de conversa da facção com o PT. O material
foi obtido por Crusoé, mas censurado por ordem do TSE durante o período
eleitoral.
O operador do mensalão Marcos Valério também tinha
conhecimento de relações entre integrantes do PT e o PCC. Em delação obtida
pela revista Veja, Valério
disse que “ouviu do então
secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, detalhes sobre o que seria a relação
entre petistas e o Primeiro Comando da Capital”.
Na delação, Valério afirmou que o hoje presidente Lula era
chantageado pelo empresário do ramo de transportes Roman Maria Pinho para
que ele não revelasse como funcionava um suposto esquema de arrecadação ilegal
para financiar petistas.
O Antagonista
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