Olho D'água do Borges/RN -

Pensionistas do RN estão há cinco anos sem reajuste

 

Parte dos pensionistas do Rio Grande do Norte estão sem reajuste em suas pensões mensais há cinco anos. A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta RN (Sinsp-RN), confirmada por interlocutores do Governo do Estado. O Estado tem, aproximadamente, de 13 mil pensionistas, segundo dados do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipern). Desses, 20% a 30% estariam com os reajustes de suas remunerações congelados. O Governo reconhece a situação e diz que espera regularizá-la até o fim do ano.

A presidente do Sinsp, Janeayre Souto, classificou a situação como “absurda”. O último reajuste das pensões ocorreu em 2017. “É um absurdo os pensionistas estarem esquecidos pelo Estado desde 2018. Não há explicação para deixar essas pessoas na mão. O Governo deve, imediatamente, regularizar e atualizar os vencimentos das pensões do Estado, como determina a lei”, reivindicou a sindicalista.

Para os beneficiários que sofreram com o falecimento do servidor a partir de 2004, a atualização deve acontecer todos os anos, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), um dos indicadores brasileiros de inflação e que é utilizado pelo INSS. No caso dos servidores que faleceram até 31 de dezembro de 2003, a Emenda Constitucional 41 garante a paridade, ou seja, que o reajuste seja automático na pensão sempre que forem corrigidos os salários dos servidores do mesmo Poder (Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público).

“Com essa emenda, houve uma perda de paridade das pensões e a lei estabeleceu que a partir dali elas seriam reajustadas pelos mesmos índices que o INSS reajusta os benefícios anualmente”, explica Nereu Linhares, presidente do Ipern.

Desde 2018, o governo potiguar descumpre essa portaria, não aplicando os índices. Linhares ressalta que a governadora Fátima Bezerra assumiu o primeiro mandato em 2019 já com a segunda portaria em vigor e com os atrasos nas folhas de pagamento. “Então o Estado tinha quatro folhas e fez o esforço para botar essas folhas em dia e não atrasar. Aplicar reajuste naquele momento a qualquer salário significaria falta de recursos para manter a folha em dia e quitar as que estavam em atraso” argumenta o presidente do Ipern.

Segundo diz, das 13 mil pensões que o RN possui, cerca de 20 a 30% não possuem a paridade, por isso devem estar sem as correções devidas. Ele aponta que, deste total, 60% já foi equacionado com reajustes de 2018 a 2022, totalizando 25,59% de reajuste. “Desde 2022, o Governo está fazendo paulatinamente esses índices. Mais de 60% já foram corrigidos, e pretendemos fazer a correção total até o final de dezembro, inclusive com o índice de 2023”, declarou.

O levantamento do impacto financeiro é realizado junto à Secretaria Estadual de Administração (Sead). Ainda segundo Nereu Linhares, alguns pensionistas têm conseguido atualizar seus valores de forma administrativa e até judicial. “Aquele pensionista que achar que sua pensão não está corrigida, ele pode vir aqui, fazer o processo administrativo, damos uma celeridade, achamos até melhor que venham e solicitem. É pra ser automático, mas quando a governadora recebeu o Governo, já havia um índice atrasado, folhas atrasadas e não podia priorizar reajuste”, destaca o presidente do IPERN.

Retroativo

Nereu Linhares, presidente do Ipern, garante que o retroativo dos cinco anos sem reajuste será pago. Segundo ele, o Governo do Estado já está promovendo um estudo de cálculos financeiros para proceder a melhor forma de se quitar os débitos. “Esse retroativo é outro ponto que está sendo conversado porque é um valor muito elevado. No momento que o requerimento do reajuste é feito, fazemos também o levantamento da diferença e estamos esperando zerar isso até o fim do ano, inclusive com o índice de 2023. Zerando isso, vamos tratar dos atrasados”, explica.

O Sinsp-RN tem orientado que pensionistas procurem o sindicato para ingressar com medidas administrativas e judiciais a fim de obter o reajuste das pensões. “Os pensionistas devem procurar o sindicato que os representa, para juntos buscarmos o seu direito no processo de correção da pensão pela inflação do últimos anos, como manda a legislação”, alerta Janeayre Souto.

Tribuna do Norte

0 comentários:

Postar um comentário

 
Copyright © 2010-2013 Blog do Gilberto Dias | Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento » RONNYdesing | ronnykliver@live.com - (84)9666-7179