Olho D'água do Borges/RN -

Seturn acredita que Estado subestimou atos criminosos

 

O terceiro dia de ataques no Rio Grande do Norte deixou rastros nos serviços públicos. Entre eles, o mais afetado é o transporte, principal alvo de criminosos. De acordo com o diretor do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (SETURN), Marcelo Passos, o Governo Estado tem minimizado a gravidade do tema.

Em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal (93,5 FM), o diretor do falou sobre as medidas de segurança e o recolhimento dos veículos. Além do prejuízo material, ele explicou que a queima dos ônibus afeta diretamente a população. Para ele, porém, é preciso garantir a segurança dos profissionais que atuam nos transportes. “Se não tiver um reforço policial, se não tiver um reforço das forças armadas, seja da onde vier, vamos ter muita dificuldade”, esclareceu Marcelo Passos. “Estamos sitiados nas periferias. Ontem, na nossa garagem, onde estamos há 35 anos naquela região, tivemos mais de 100 disparos de cima do morro em Felipe Camarão”, relatou o diretor do Seturn.

De acordo com Passos, em 30 anos, este é o sexto episódio de criminalidade com facções e o mais violento de todos. Além do transporte público, até o momento, a capital potiguar está com suspensão em escolas, coleta de lixo e com unidades de saúde fechadas. “Tivemos de cinco a seis carros incendiados, e vários atentados a ônibus. Estamos vivendo um estado de sítio, de guerra”.

A urgência também é na área econômica. Marcelo Passos ressaltou que, com as paralisações, o setor produtivo do Rio Grande do Norte poderá sofrer com queda nas arrecadações. Para ele, até os salários dos rodoviários estão ameaçados porque, sem as frotas rodando, algumas empresas não teriam dinheiro para pagar seus funcionários. “Isso é natural. Isso não só vai acontecer com o segmento de transportes, mas até com uma pequena loja. Como o comerciante vai passar dois, três, quatro dias fechados e pagar ar-condicionado, imposto, funcionário?”, questionou.

O presidente do Sindicato ressaltou a participação de todas as instituições públicas na realização de uma força-tarefa para compor uma solução para a situação no Rio Grande do Norte. O empresário disse que o Estado subestimou o poder das facções nas reuniões de planejamento da Segurança Pública. “A gente não pode polemizar a situação. Nós temos que fazer uma força gigante dos poderes constituídos. Nós subestimamos o poder da facção, calibramos para baixo”, relatou.

Assim como disse o senador Styvenson Valentim, o empresário também é favorável que ocorra a convocação de mais homens para a segurança nas ruas. “Não vejo nenhuma razão para que a gente não possa fazer uma união das forças para que a gente possa amanhã e hoje ter um policiamento ostensivo e intensivo”, ressaltou Marcelo Passos.

Ainda na entrevista, Passos pediu que o prefeito de Natal, Álvaro Dias, participasse das discussões para traçar medidas de proteção para a sociedade. De acordo com o diretor do Seturn, o chefe do Executivo da capital potiguar tem se omitido na questão

Tribuna do Norte.

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