O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
ministro Og Fernandes, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito
sigiloso instaurado para investigar possíveis crimes na contratação direta,
pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste
(Consórcio Nordeste), de uma empresa supostamente sem qualificação técnica para
fornecer 300 ventiladores hospitalares que auxiliariam no combate à pandemia da
Covid-19, no valor de R$ 49,5 milhões.
As apurações encaminhadas por Fernandes ao STF começaram
em 2021 e tinham como foco governadores que integravam o Consórcio, entre eles
o hoje ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que à época comandava o estado
da Bahia. Por isso, o inquérito tramitava no STJ, instância competente pelo
foro de governadores.
No âmbito do STJ foram deferidas medidas cautelares para
aprofundamento das investigações que estavam em curso, como quebra de sigilo
bancário e telefônico/telemático, além de diligências de busca e apreensão.
Agora, de acordo com informações da Corte, o relator
observou que estão pendentes a análise do material apreendido e o relatório
policial sobre as provas reunidas na Operação Ragnarok. A Polícia Federal
solicitou mais prazo para elaboração do relatório conclusivo.
Como não há mais competência do STJ para o inquérito, por
não haver, atualmente, nenhum investigado que tenha foro no tribunal, Og
Fernandes concluiu que o inquérito deve ser enviado ao STF para que a Corte
avalie a existência, entre as pessoas investigadas, de autoridade com foro por
prerrogativa de função.
O Globo
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