Uma manifestação de repúdio à presença do presidente Lula
em Portugal deve marcar os últimos momentos de sua visita oficial a Lisboa,
nesta segunda-feira (25), em meio a críticas na imprensa local à primeira-dama
Janja, chamada jocosamente de “Esbanja”, após seu périplo por lojas de grifes
de luxo, e pela numerosa comitiva de mais de cinquenta pessoas, levadas a
Portugal em duas aeronaves da FAB.
De acordo com reportagem da SIC, principal canal de TV
aberta do país, a comitiva brasileira ocupa impressionante número de
apartamentos e suítes do Hotel Tivoli, onde a diária custa entre 300 e 7 mil
euros, e mobiliza 22 automóveis com motoristas para seu deslocamento.
Integram a comitiva, além de inúmeros aspones, oito
ministros, quatro senadores, oito deputados federais, o secretário-executivo do
Ministério da Indústria e até o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
A SIC informou que o hotel e a comitiva do presidente
brasileiro se recusaram a informar o número de suítes ocupadas pela comitiva
brasileira e o custo da hospedagem.
Lula e comitiva deixarão o país nesta terça-feira (25)
logo após o término da sessão solene no parlamento em comemoração aos 49 anos
das Revolução dos Cravos, que devolveu democracia aos portugueses.
A Assembleia da República vetou um discurso que o
presidente brasileiro pretendia fazer no evento marcado para esta terça. Ele
poderá usar da palavra em um evento paralelo, arranjado por políticos de
esquerda ligados ao governo socialista.
Vários partidos se posicionaram contrariamente à permissão
para que Lula fizesse o pretendido discurso. Deputados de partidos como o
social democrata PSD e Iniciativa Liberal, além do direitista Chega, ameaçavam
abandonar o recinto, caso a palavra lhe fosse concedida.
Claudio Humberto
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