O Ministério do Trabalho discute com
as centrais sindicais um modelo para retomar o financiamento de
sindicatos, extinto após a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB).
A ideia é que seja implementada uma “taxa negocial”
aprovada por assembleias juntamente com a pauta de reivindicações a ser
negociada com os sindicatos patronais.
Trata-se de um modelo distinto do que vigorava até a
reforma trabalhista, quando todos os trabalhadores pagavam obrigatoriamente um
imposto sem necessariamente aprová-lo, saber seu destino e a pauta de
reivindicações a ser negociada.
“O que estamos propondo ao governo é que o sindicato
convoque uma assembleia e consulte todos trabalhadores perguntando sua pauta,
se autorizam o sindicato a negociar”, disse à CNN Clemente Ganz Lúcio,
ex-diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) e coordenador do fórum das centrais sindicais.
E continuou: “Depois uma assembleia aprova isso e na
mesma assembleia coloca em votação como será financiada a campanha salarial.
Seria uma ‘contribuição negocial’ ou ‘axa negocial’”.
Ele disse ainda que a principal diferença para o imposto
sindical é que “antes você pagava e o sindicato não necessariamente negociava
uma campanha salarial”.
“Não faz sentido sindicato que não negocia ser
beneficiário de imposto. A ideia nossa é um modelo coerente com modelo de
negociação. Não queremos o que tínhamos antes: sindicatos descolados de modelo
de negociação. Queremos sindicatos representativos”, declarou.
Ainda não está claro se o formato seria apresentado por
projeto de lei ou Medida Provisória. Nos próximos dias o modelo deve ser
apresentado a empresários e ao Congresso.
CNN Brasil
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