“Ele foi pouco
inteligente.” Essa foi a reação da presidente do Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), professora Eliete Vieira, sobre a
decisão do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) de judicializar a greve dos
professores. No entendimento da dirigente, o chefe do Executivo optou pelo
“pior caminho, que certamente trará consequências no futuro”.
A líder sindical
rebateu a versão de que o desembargador Vivaldo Pinheiro, do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), teria considerado a greve “ilegal e
abusiva” ao determinar o retorno dos professores às salas de aula. Na verdade,
segundo Elite Vieira, o magistrado não julgou o mérito, ou seja, não decidiu
sobre o piso salarial dos professores, que é o principal ponto de luta da
categoria, mas, sim, observou a questão social, uma vez que os alunos da rede
municipal já haviam ficado longo período sem aulas durante a pandemia da
Covid-19, entre os anos de 2020 e 2021.
Na opinião de
Eliete, a judicialização da greve carimba, de forma negativa, o gestor
municipal. “Ele é o primeiro prefeito da história de Mossoró que judicializou a
greve; também é o primeiro gestor que não paga o piso salarial dos
professores”, firma, ao ressaltar que desde que a lei do piso foi estabelecida
que todos os gestores da cidade implantaram o reajuste.
Menos a verdade
A presidente do
Sindiserpum reclamou que a “mídia usada pelo prefeito” está noticiando o
conteúdo errado, como forma de desqualificar a luta dos professores. “O piso
salarial é lei, tem que ser cumprido. Os professores lutam para terem os
direitos respeitados”, disse, ao ressaltar que a categoria não vai aceitar ser
desrespeitada.
Eliete disse,
ainda, que o prefeito Allyson faltou com a verdade na própria ação impetrada no
Tribunal de Justiça. Segundo ela, a ação cita que a gestão municipal deu
reajuste de 20% aos professores em 2022 e está pagando 13% agora em 2023.
“Ele falta com a
verdade. Em 2022, o reajuste do piso salarial dos professores, determinado por
lei, foi de 33,24%, que está pago de forma parcelada até novembro deste ano. Ou
seja, não é verdade que a Prefeitura concedeu reajuste de 13% agora em 2023,
pois, a verdade é que o prefeito sequer apresentou proposta para honrar os
14,95% determinados pela lei do piso”, disse.
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