O governo do Rio Grande do Norte está com o pagamento atrasado com as empresas que fornecem
as tornozeleiras eletrônicas há cerca de quatro meses. O valor
total da dívida é de R$ 4,2 milhões.
Diante da situação, desde a Semana Santa os apenas que
tiveram direito à progressão de regime não tem
mais recebido as tornozeleiras eletrônicas, segundo o juiz de
Execuções Penais, Henrique Baltazar. A Secretaria de Estado da Administração
Penitenciária (Seap) não confirmou a informação.
Issso porque, segundo explicou o juiz, a lei prevê que o
preso que recebe o benefício da progressão de regime precisa ter esse direito
concedido mesmo que não haja tornozeleiras disponíveis. E é isso que tem sido
feito nesse caso.
"A polícia penal também é obrigada a obedecer. Ela
não pode manter esse pessoal preso, deixar recolhido porque não tem
equipamento. Ela é obrigada a liberar os apenados. É uma situação que, se
persistir, vai causar sérios problemas em alguns dias", explicou o juiz de
Execuções Penais, Henrique Baltazar.
Em nota, a Secretaria de Estado da Administração
Penitenciária (Seap), na última segunda-feira (10) "tratativas
foram realizadas com a empresa fornecedora da tecnologia quanto ao débito de
quatro meses".
O mês de novembro foi pago recentemente. Os contratos por
mês variam entre R$ 600 mil e R$ 700 mil.
O Rio Grande do Norte tem cerca de 3 mil presos
monitorados por tornozeleiras eletrônicas, de acordo com o governo do Estado.
Apesar de reconhecer a dívida com a empresa, a Seap desmentiu que houve
"corte de sinal", garantiu que "os serviços não terão
descontinuidade" e que a polícia penal "continua trabalhando no
monitoramento e fiscalização de aproximadamente 3 mil tornozelados do
estado".
As tornozeleiras eletrônicas são usadas quando um preso
progride de comando para o regime semiaberto. Com a tornozeleiras, os policiais
penais monitoram o detento, sabendo durante 24 horas a localização exata dele.
Por lei, os presos monitorados devem cumprir regras, como
estar em casa das 20h às 5h e não frequentar bares e festas. Em casos de
descumprimentos - ou de infrações mais graves - como portar armas e se envolver
em ações criminosas, o preso pode regredir do regime e voltar para a
penitenciária em regime fechado.
"Prejudica não só o Poder Judiciário, mas, na
verdade, a sociedade como um todo. Você tem um certo número de apenados que
todos os meses recebem a progressão de regime, alguns que estavam no aberto são
regredidos também pro semiaberto, por diversos motivos", disse o juiz
Henrique Baltazar.
"Como no RN não existe nenhum presídio pra
semiaberto, todos os apenados do semiaberto são monitorados eletronicamente. Se
você não tem o equipamento pra monitorar eletronicamente, você fica sem ter
como acompanhar o cumrpimento da pena dessas pessoas".
G1/RN
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