Com 372 votos a favor, a Câmara dos Deputados aprovou o
texto-base do novo arcabouço fiscal. A vitória do governo foi costurada
pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e pelo relator da
matéria, deputado Cláudio Cajado (PP-BA). A votação continuará nesta
quarta-feira, com a análise dos destaques – que são sugestões de mudanças no
texto.
O novo marco fiscal – que substituirá a PEC do Teto de Gastos – estabelece que o governo só pode aumentar as despesas em 70% em relação ao resultado da arrecadação. Por exemplo, exemplo se a arrecadação crescer 2%, a despesa só poderá aumentar até 1,4%. Apesar disso, o texto estabelece que as despesas somente podem aumentar no máximo 2,5%, mesmo se houver crescimento expressivo de arrecadação.
Do outro lado, a
proposta autoriza o governo federal a aumentar as despesas em pelo menos 0,6%,
independentemente se houver queda na arrecadação. Os
percentuais serão aferidos em um período de 12 meses – primeiro semestre do ano
corrente mais o segundo semestre do ano anterior.
Para conseguir
votar o texto hoje, Cajado manteve no projeto os repasses do Fundeb no novo arcabouço
fiscal e o Fundo Constitucional do DF, que banca os gastos do governo
do Distrito Federal. No caso do Fundeb, deputados governistas defendiam a
exclusão dele do novo arcabouço sob o argumento de que a trava poderia inibir
investimentos na educação; já os deputados do Distrito Federal queriam excluir
o fundo da regra sob a justificativa de que a nova regra poderia inviabilizar o
funcionamento da máquina pública na capital administrativa do país.
Outro item
alterado em relação à proposta originária foi o estabelecimento de travas
fiscais caso o governo federal não cumpra as regras primárias. Caso isso ocorra
por dois anos consecutivos, o governo federal estará proibido de abrir certames
públicos ou reajustar salários de servidores.
A aprovação
ocorre após extensa articulação nesta terça-feira (23). Lira almoçou com o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad; com o presidente
do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); com o presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto; e empresários.
Depois, o presidente da Câmara costurou a votação com líderes partidários e
pautou a matéria.
A aprovação da
proposta também foi considerada a primeira vitória do governo Lula na Câmara,
principalmente após as derrotas no PL das Fake News – cujo texto foi retirado
de pauta – e no decreto que sustou mudanças feitas pelo governo federal no
marco do saneamento.
O antagonista
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