Este blog e seu blogueiro foram transparentes com seus
leitores em 2022, quando apoiamos a reeleição da governadora Fátima Bezerra
(PT). Aderimos ao discurso de que havia sido necessário 4 anos de
reestruturação do Estado para enfim podermos recolocar o RN no trilho do
desenvolvimento.
O primeiro mandato da governadora foi marcado pela
ausência de realizações e investimentos. A qualidade dos serviços públicos,
quando não sofreu depreciação, ficou estagnada. Mas havia um motivo coerente
para acreditarmos que não havia sido tempo perdido: o Estado estava quebrado,
devido a seguidas administrações irresponsáveis.
Passada a eleição, contudo, voltamos a nos deparar com a
narrativa do Estado falido. Recebemos constantemente denúncias de prefeitos,
empresas, profissionais e servidores que dão conta de o Governo do RN não vem
cumprindo com suas obrigações financeiras.
Sem dar maiores esclarecimentos, o governo Fátima apenas
remete o problema à herança das gestões anteriores. Então, fica a pergunta, o
que foi feito ao longo dos quatro anos em que o RN pacientemente deu carta branca
para Fátima reestruturar a máquina do Estado?
Nem durante a campanha de 2022 nem agora, diante do
crescente descontentamento popular, o governo dá respostas claras. No RN,
parece que ninguém sabe ao certo qual o real quadro das finanças do Estado.
A sociedade precisa – e começa a exigir – que o governo
responda a essas e outras questões. Fátima não pode governar mais 4 anos com
uma carta em branco. Ela precisa dizer claramente qual a real situação do
Estado. Precisa expor com clareza quais seus planos para o RN durante os 3 anos
e 7 meses restantes de seu mandato.
O governo parece apartado da sociedade. Encastelado e
convencido de que está certo, não presta contas a ninguém. Numa democracia,
tanto quanto votar é direito do cidadão conhecer os resultados e os planos dos
governos que elegem. Nosso RN parece até que perdeu as esperanças. Está prostrado
diante da ausência de perspectivas.
Ainda acredito que o governo Fátima possa trazer
desenvolvimento ao RN. Mas, como muitos, vejo sinalizações contraditórias entre
o que o governo comunica e o que realiza. Para seguir apoiando a gestão,
precisamos que o governo enfim, nos diga porque devemos confiar que eles sabem o
que estão fazendo. Passou a hora da fé cega. Nada mais justifica a complacência
com que o governo vem sendo analisando pela crítica progressista.
Espero, para o bem de nosso estado e de nossa população,
que Fátima responda a tempo, aos questionamentos sérios que surgem sobre sua
administração. E sobretudo espero que a governadora sinalize à sociedade de
forma clara porque ela deve seguir confiando. Antes que seja tarde e o
retrocesso cresça sobre os escombros de um governo que ainda teima em não dizer
a que veio.
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