O jornal O Estado de S. Paulo publicou
um editorial nesta terça-feira, 9, contra a regulamentação das redes sociais,
por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque o ministro Dias
Toffoli liberou para julgamento a ação que interpela a constitucionalidade do
artigo 19 do Marco Civil da Internet,
dias depois de a Câmara dos Deputados adiar a votação do Projeto de Lei 2360.
“Seja qual for a disposição do ministro Dias Toffoli com
a liberação para julgamento da ação — medida, em si, corriqueira e
irrepreensível: os processos devem ir a julgamento pelo colegiado da Corte —, o
fato é que o histórico recente do STF suscita preocupação”, observa o
editorial. “Cabe, portanto, adverti-lo sobre os limites de suas competências
dentro de um Estado Democrático de Direito. Não é papel do Supremo invocar
inconstitucionalidade como forma de pressionar o Legislativo.”
Adiante, o Estadão constata
que é do Congresso Nacional a responsabilidade de prover um marco jurídico
adequado para as redes sociais. “A cada dia fica mais evidente a insuficiência
do Marco Civil da Internet para regular essa nova e plenamente instaurada
realidade digital, que produz incontáveis efeitos sobre a vida social, política
e econômica do país”, diz o jornal. “No entanto, a decisão sobre quando e como
fazer essa nova regulação cabe apenas e tão somente ao Legislativo.”
Conforme o jornal, o Parlamento também tem o direito de
se “omitir politicamente”, visto que “o silêncio do Congresso é uma opção
política perfeitamente legítima”.
“Não é tarefa do Judiciário dizer se um texto de lei está
desatualizado ou insuficiente — ou ainda que, dadas as circunstâncias atuais,
suas limitações superam seus benefícios”, afirma o Estadão. “Isso é uma decisão
política, que deve ser tomada pelos parlamentares eleitos pelo voto popular.
Transformar o controle de constitucionalidade num juízo de conveniência
política é atropelar a democracia representativa.”
Fonte: Revisoeste.
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