Pesquisadores do Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam a
formação do fenômeno El Niño nos próximos meses, o que pode aumentar as
temperaturas e provocar estiagem em partes das regiões Norte e Nordeste do
Brasil. Já no outro extremo, em algumas partes da região Sul, o fenômeno deve
causar excesso de chuvas. O El Niño é um fenômeno natural que se caracteriza
pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico.
O pesquisador do CPTEC/Inpe Caio Coelho detalha os
indícios da formação do El Niño, associados ao aumento das temperaturas na
superfície dos oceanos: “Desde fevereiro, nas proximidades da costa oeste da
América do Sul, na região do oceano Pacífico, houve aumento da temperatura da
superfície do mar, o que sugere um início do desenvolvimento do fenômeno”,
afirmou. Ele estima em 60% as chances de que o fenômeno realmente ocorra.
Se forem confirmadas as previsões do CPTEC/Inpe, nos
próximos meses vai chover menos na região Nordeste. “Embora essa seja a
previsão, não se descarta a possibilidade de algumas áreas da faixa leste do
Nordeste terem chuvas importantes, uma vez que essa faixa estará passando por
seu período chuvoso”, disse o pesquisador.
Por outro lado, há possibilidade de volume expressivo de
chuvas na região Sul. “Esta região apresenta um regime de chuvas mais homogêneo
ao longo do ano. No verão, as tempestades típicas desta época do ano podem
ocorrer e, com o possível desenvolvimento do El Niño, há chances de volumes
expressivos de chuva em junho e julho”, previu o pesquisador.
Segundo o CPTEC/Inpe, as condições do El Niño devem
persistir até o final de 2023. Mas Coelho alerta que, no atual período, a
previsibilidade do El Niño é menor: “Estamos passando pelo período conhecido
como ‘barreira de previsibilidade da primavera’ do hemisfério norte, um período
caracterizado por habilidade preditiva um pouco menor das previsões do fenômeno
El Niño, de modo a apresentarem maior incerteza em comparação com previsões
realizadas após esse período”, afirmou.
Fonte: O Estadão.
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