A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) do Congresso
Nacional divulgou ontem (29) uma nota em que expõe preocupação e espanto em
relação ao “cheque em branco” que o relatório do Projeto de Lei das Fake News
dá ao governo do presidente Lula (PT) para regular por decreto o que deve ser
considerado desinformação nos meios de comunicação. Por analisar que o projeto
penaliza a pluralidade de ideias e valores cristãos, a frente adiantou que
orientará parlamentares a votar contra a matéria relatada pelo deputado Orlando
Silva (PCdoB-SP).
Na nota, o presidente da chamada bancada evangélica,
deputado Eli Borges (PL-TO), afirma que mais de 40% dos artigos do relatório
não passaram por discussão em audiência pública, tendo sido adicionados na
atual legislatura, sem nenhum debate.
A Frente Evangélica ressalta que nunca fechou
entendimento favorável ao projeto proposto em 2020, mas que passou a tramitar
em regime de urgência na semana passada.
“Vimos, com muito receio, a permanência das obrigações de
dever de cuidado que incluem ações preventivas das plataformas digitais e
outros veículos de comunicação em massa do País. […] Nos causa espanto que haja
um cheque em branco para o executivo regular por decreto os procedimentos dos
meios de comunicação disponíveis”, afirma a nota da Frente Parlamentar
Evangélica.
“A FPE entende que a defesa de suas pautas ligadas à Fé
Cristã, são inegociáveis, e o Parlamentar genuinamente cristão compreende isso,
e nunca negociará o sagrado direito de garantir a liberdade religiosa e
democrática, individual e coletiva conforme preceitua a Carta Magna”, diz outro
trecho da nota assinada por Eli Borges.
Republicanos vota não
Dois dias após ponderar que o Projeto de Lei das Fake
News, nº 2630/20 não seria o “PL da Censura” e não cercearia a liberdade
religiosa, o presidente do o presidente do Republicanos, deputado Marcos
Pereira (SP), afirmou também nesse sábado que os parlamentares de seu partido
votarão contra a aprovação da matéria.
“É verdade que ele [Orlando Silva] fez vários ajustes,
acatou muitas sugestões da bancada evangélica, de vários parlamentares, de
vários partidos, inclusive do Republicanos; mas o texto continua ruim.
Portanto, a decisão do Republicanos, venho anunciar, é votar não ao projeto”,
anunciou Marcos Pereira.
O projeto teve tramitação acelerada por interesse do
governo de Lula, que é pressionado a buscar soluções para os ataques criminosos
aos Poderes da República às escolas, atribuídos à circulação de mentiras e ódio
na internet.
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