Duas rodadas de aumento na tributação sobre combustíveis
estão previstas para os próximos meses, o que pode impactar os preços ao
consumidor — pressionando-os para cima.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a
Petrobras, estatal controlada pela União, pode agir para impedir ou, pelo
menos, atenuar altas nos preços em razão da elevação de impostos.
Para isso, a empresa teria de baixar os preços dos
combustíveis na bomba quando os aumentos de tributos começarem a valer – o que
já foi feito anteriormente, em fevereiro deste ano (quando houve aumento de
impostos federais).
Mudanças no ICMS em junho
No início de junho, os estados promoverão alterações
no formato de cobrança do ICMS sobre gasolina. O tributo estadual, até então
calculado em porcentagem do preço (de 17% a 23%, dependendo do estado), passará
a incidir com uma alíquota fixa, em reais, de R$ 1,22 por litro.
“A média das alíquotas dos estados atualmente no
Brasil, fica em torno de 19%, o que representa R$ 1,0599/litro. Com a vigência
do valor de R$ 1,22/litro, a partir de 1º de junho, um aumento médio de
R$ 0,16/litro, o que representa um aumento médio de 22% no preço final ao
consumidor, na média Brasil”, estimou o Centro Brasileiro de Infraestrutura
(CBIE).
Tributos federais em julho
Já no começo de julho, o governo federal retomará a
tributação com alíquota cheia do PIS/Cofins sobre gasolina e etanol.
A expectativa, com isso, é que o preço suba cerca de
R$ 0,22 por litro no caso dos dois combustíveis, segundo cálculos do governo.
Em fevereiro, o governo anunciou a volta dos
impostos federais sobre gasolina e álcool.
Na ocasião, foi feita uma “reoneração” parcial. Para
compensar o aumento apenas parcial dos tributos, foi instituído um imposto
sobre exportação de óleo cru – este com validade de quatro meses.
Ao fim desse período, no começo de julho, haverá um novo
aumento dos tributos sobre gasolina e álcool.
Governo pode atuar, indica Haddad
Em meados de maio, o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, indicou, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que a
Petrobras pode reduzir os preços dos combustíveis nos próximos meses para
compensar o aumento dos tributos federais previstos para julho.
“Com o aumento de tributos previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, declarou, ele na ocasião.
Fonte: G1
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