Natália Bonavides, do PT potiguar, foi nos últimos quatro
anos uma rara exceção à mediocridade geral que reina em nossa representação
parlamentar. No combate aos desmandos do governo Bolsonaro, ela teve atuação
importante, agindo com vigor e coerência. Agora, no governo, a deputada federal
dá sinais de que terá dificuldades de lidar com o novo contexto.
Votando a favor do arcabouço fiscal, aprovado na Câmara
na última quarta-feira, Natália assinou uma constrangedora carta de
esclarecimento. No documento, a potiguar e outros deputados petistas declaram
que o texto aprovado piorou drasticamente “as normas de contração dos gastos
públicos, limitando fortemente a capacidade do Estado de fazer justiça social e
comandar um novo ciclo de desenvolvimento”.
A carta vai além e afirma que o texto é “essencialmente
determinado por uma redução dura e imediata da dívida interna, ao contrário de
estar voltado para o Estado comandar um robusto ciclo de desenvolvimento
sustentável e crescimento da economia, com distribuição de renda, criação de
empregos, desconcentração de riqueza e soberania nacional”.
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