De “menino pobrezinho” a prefeito ególatra. De promessa
de grande gestor a prefeito que está deixando a desejar. Allyson Bezerra (SDD)
está passando por uma mutação nessa 2ª metade de mandato. O prefeito que era
disposto ao diálogo, agora é um chefe que cultua o seu próprio eu, rodeado de
assessores que vivem numa fantasiosa ilha administrativa, distante dos inúmeros
problemas que assolam a população mossoroense.
Se nos primeiros meses de governo Allyson conseguiu
imprimir um ritmo de obras de recuperação que elevou sua popularidade, o que se
ouve hoje são queixas dos mossoroenses com a buraqueira, o matagal, o lamaceiro
e a precariedade dos serviços públicos.
O fim da greve dos professores, encerrada a partir de
judicialização da Prefeitura, na qual o prefeito reiteradamente negou dar o
reajuste do piso aos profissionais, além de macular o slogan midiático,
‘Mossoró Cidade Educação’, ataca um dos pilares do eleitorado que fez Allyson
chegar ao Palácio da Resistência, o sindicalismo, uma das mais poderosas bases
da esquerda.
A esquerda, que esvaziou a postulação de Isolda Dantas
(PT), foi fundamental para o prefeito, entregando-lhe a maioria de 4,56% de
votos sobre Rosalba Ciarlini (PP). A maneira truculenta com que Allyson tratou
o professorado, maior categoria sindical, aliada à postura bolsonarista no
pleito passado, faez com que o progressismo local o tenha em alta conta de
rejeição.
A buraqueira e a precária oferta dos serviços públicos,
atinge em cheio outro pilar eleitoral de 2020, as bordas da cidade. Foi a
Mossoró periférica, rural e dos novos conjuntos habitacionais, cansados do
abandono da 4ª gestão de Rosalba, que entregaram a vitória a Allyson.
O prefeito mossoroense enfrenta inúmeros problemas em
diferentes frentes. O início de uma crise de popularidade pode levar a um fosso
parecido com o que tomou de conta da metade final do governo Rosalba. O
veredito da então prefeita, dado pelas urnas em 2020, foi sepulcral.
As maquiagens administrativas não dão mais conta de
fornecer uma imagem de gestão competente na capital do Oeste. Há uma nítida
falta de planejamento administrativo para gerir Mossoró. O princípio de
agitação desse redemoinho pode se transformar num tornado, que mais uma vez
faça o mossoroense optar, a modelo de 2020, por outra alternativa para os rumos
de sua cidade na eleição do próximo ano
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