O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior (foto)
criticou a decisão do TSE que cassou o deputado Deltan Dallagnol (Podemos)
por unanimidade, com base na Lei da Ficha Limpa. Ele
comentou a punição em entrevista ao UOL nesta
quarta-feira (17).
“O TSE, a meu ver,
errou. Sempre fui muito crítico ao
Dallagnol e sua posição
messiânica, que rompeu com regras obrigatórias do processo. Não gosto do
trabalho do Deltan, mas gosto menos do arbítrio. A Lei da Ficha Limpa é bastante precisa ao dizer que quem pede exoneração tendo
processos administrativos disciplinares pode ser declarado inelegível. Não era o caso do Deltan, que tinha apurações em andamento”, afirmou
Reale Júnior.
Para o ex-ministro, dificilmente a decisão do Tribunal
Superior Eleitoral será revogada.
“Houve uma decisão unânime e acho muito difícil
reverter. O Deltan tem outros
críticos no Supremo Tribunal Federal com posições políticas fortes. O país caminha totalmente para um campo de
abuso de direito. É um absurdo. Isso não vai
ajudar de forma alguma que o país encontre um pouco de harmonia e respeito pela
autoridade e pelas instituições. Na base do calor, da paixão, o país não
prospera”, disse ele.
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