Como antecipou a Coluna Cláudio Humberto desta quinta-feira (4), o Supremo
Tribunal Federal (STF) deve assumir o papel legislador do Congresso e dar
início à “regulação” das redes sociais utilizando-se de uma ação que tramita na
Corte e questiona parte do Marco Civil da Internet.
No início da noite, o ministro Dias Toffoli liberou para
julgamento do plenário da Corte ação que questiona a previsão de
responsabilidade dos provedores do serviço, as big techs, por postagens
consideradas “ilícitas” pelo Judiciário.
Havia previsão semelhante no Projeto da Censura (projeto
de lei 2630/20), que acabou fracassando na Câmara dos Deputados, esta
semana, e foi apresentada como a solução do governo Lula e de membros do
Judiciário para supostamente “combater as fake news”.
Ainda não há data para o julgamento, mas a decisão desta
quinta acontece menos de dois dias depois do fracasso do Projeto da Censura.
A ação (recurso extraordinário 1037396) é relatada por Dias Toffoli, que decidiu também
alterar uma série de decisões que havia proferido em 2019, e incluiu como
“amicus-curae” (‘amigos da corte”) novos nomes que vão contribuir com a ação
que será julgada no plenário:
- Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo);
- Abert (Associação Brasieira de Emissoras de Rádio e Televisão);
- ByteDance Brasil, representante do aplicativo chinês TikTok no Brasil;
- Educafro Brasil (ONG);
- Internetlab e o Centro de Pesquisa e Inovação da Escola de Direito de São Paulo (CEPI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV):
- Instituto Brasileiro de Direito Civil (IBDCivil);
- ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro);
- Mercado Livre;
- NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR):
- Wikimedia, fundação dona do Wikipédia.
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