O Tesouro
Nacional registrou déficit primário de R$ 45,2 bilhões nas
contas do governo em junho deste ano. O número é o pior resultado desde 2021,
quando o saldo negativo ficou em R$ 84,8 bilhões, em valores corrigidos pela
inflação. Os dados foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta
quinta-feira (27).
Quando as contas são maiores que o arrecadado, há déficit
primário. Esta conta, porém, não inclui os custos do governo com o pagamento
dos juros da dívida pública. Há superávit primário quando as receitas do
governo superam as despesas.
No mesmo período do ano passado, no entanto, as contas do
governo registraram superávit de R$ 14,6 bilhões, em valores nominais.
Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o
resultado negativo de junho deste ano se deu por conta de uma redução real de
26,1% da receita líquida, descontando a inflação, e um adicional de 4,9% das
despesas totais.
Ele ainda informou que os valores foram sazonais, tendo
em vista que no ano passado houve a entrada de dividendos do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da capitalização da Eletrobras.
Portanto aumentando a receita daquele ano.
“Uma queda expressiva, de receita de concessões e
dividendos, no mesmo período teve ingresso de valores decorrentes da Eletrobras
e dividendos do bndes que criam uma distorção com relação a receita total do
ponto de vista sazonal”, afirmou Ceron em coletiva de imprensa realizada no
Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (27).
Já a alta das despesas, de acordo com o documento da
Secretaria, aconteceu por dois principais fatores: pagamento de benefícios
previdenciários, que se somam a mais R$ 11,6 bilhões, e as Despesas
Obrigatórias com Controle de Fluxo, que segundo o Tesouro, se deu
principalmente pelo aumento dos valores do Bolsa família, resultando em cerca
de R$ 8,2 bilhões.
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