O Governo do Estado reteve R$ 12,25 milhões de ICMS
pertencentes aos municípios, incluídos na primeira parcela R$ 49 milhões
repassada ao Rio Grande do Norte por conta da compensação financeira de
R$ 270 milhões acordada com a União e homologada em 5 de junho no Supremo
Tribunal Federal (STF), depois da queda de receitas com a aprovação da
PEC 194/2022, que reduziu a 17% o ICMS sobre os combustíveis.
O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do
Norte (Femurn), Luciano Santos, explica que 25% desse valor de R$ 49 milhões
são dos municípios. Mas como o acordo entre estados e o governo Federal
prevendo abate em dívidas dos Estados com a União, fazendo uma compensação no
no saldo devedor de contratos de refinanciamento de dívida com a União, os
municípios até agora não receberam a parte devida.
Então, segundo Luciano Santos, o Governo do Estado não repassou esse crédito da compensação aos municípios, “pegou uma dívida numerária e consolidada e repassou para a União”. Como os municípios não fizeram o mesmo com a União, explicou Santos, o Estado “fez uso dos recursos e, consequentemente deixou os municípios sem receber os 25% de ICMS, que constitucionalmente pertencem aos municípios”.
O presidente da Femurn disse que já reivindicou ao Governo do Estado o pagamento do ICMS devido aos municípios numa conversa com o secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, que “ reconhece e entende que de fato, poucos mais de 12,25 milhões pertencem aos municípios”.
Luciano Santos explicou que o secretário da Fazenda pediu aos municípios para executar à devolução dos recursos em seis parcelas ou até janeiro de 2024, em valores flexíveis e de acordo com o fluxo efetivo de receitas.
Porém, Luciano Santos disse que vai convocar o Conselho da Femurn formado por associações regionais e consórcios, na próxima semana, para submeter a proposta de Xavier a sua aprovação, mas acredita que não haverá problema, “porque os prefeitos querem é receber os recursos”.
O presidente da Femurn alertou, ainda, que pra ter mais
segurança, procurou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel
Ferreira (PSDB), e o presidente da Frente Parlamentar dos Municípios, deputado
Kleber Rodrigues (PSDB), no sentido de que seja proposto um projeto de
lei para assegurar a devolução do ICMS, já que “se trata de uma
modalidade nova de tráfego de recursos” e o presidente foi solicito aos
municípios.
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