O IDP (investimento direto no país) somou US$ 31,6
bilhões no 1º semestre deste ano, o que representa uma queda nominal (sem a
correção pela inflação) de 26,7% em comparação com o mesmo período do ano
passado. O BC (Banco Central) divulgou o relatório de estatísticas do
setor externo nesta quarta-feira (26).
Em valores, a queda do investimento direto, em termos
nominais, representa uma diminuição de US$ 11,5 bilhões em comparação com o 1º
semestre do ano passado.
O IDP é diferente da entrada de recursos estrangeiros
na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). Os dados do Banco Central
demonstram o saldo da entrada e saída de recursos voltados para ganhos de longo
prazo, como na área de negócios, empresas, aberturas de filiais multinacionais
e obras de infraestrutura.
Outros dados do Banco Central corroboram que há
desaceleração do IDP no Brasil. No acumulado de 12 meses até junho, a entrada
de recursos foi de US$ 80 bilhões. O valor é menor desde o acumulado de 1 ano
até outubro de 2022, quando era de US$ 76,8 bilhões.
Segundo o BC, o investimento direto totalizou US$ 1,9
bilhão em junho, uma queda de 64% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O recuo percentual corresponde a uma redução de US$ 3,3 bilhões, sendo que US$
3 bilhões são de operações intercompanhias.
O chefe do departamento de estatística do Banco Central,
Fernando Rocha, disse que o mês foi atípico e que “5 ou 6 grandes empresas”
decidiram não realizar o pagamento em junho como estratégia de negócio, o que
influenciou no resultado mensal. Enfatizou que 90% da queda do mês se deve às
operações intercompanhias.
DADOS FRACOS NO ANO
Ainda assim que junho tenha sido atípico, quando
considerada a entrada de investimento direto de janeiro a maio, houve um recuo
de 21,5% no acumulado do ano em relação aos 5 primeiros meses de 2022.
Em resumo, o investimento direto está mais fraco no
semestre. É o menor valor nominal desde 2019, se não forem considerados os anos
da pandemia (2020, 2021). Está abaixo inclusive do volume de 2016, quando o
país registrou uma recessão de 3,3%.
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