Quando deixou o PSB após brigar com a então governadora
Wilma de Faria, por não conseguir ser candidato a prefeito do Natal em 2008,
com direito a briga com spray de pimenta entre as militâncias, Rogério Marinho
se tornou o primeiro deputado federal do Brasil a ser autorizado pelo TSE a
mudar de partido após a instituição da fidelidade partidária.
Ali ele iniciava sua guinada à direita indo para o PSDB
em 2009, assumindo o controle do partido passando por cima do ex-governador
Geraldo Melo, que se sentindo humilhado deixou a legenda que ajudou a fundar
para onde só voltaria em 2018, quando Rogério já não dava mais as cartas na
legenda que estava sob a batuta do presidente da Assembleia Legislativa
Ezequiel Ferreira de Souza.
Agora Rogério faz o mesmo com o deputado federal João
Maia, que estruturou o PL no Rio Grande do Norte fazendo deste um dos
principais partidos do Estado. Marinho passou por cima de João, mas não de sua
liderança. João saiu do PL com salvo conduto, carregando consigo prefeitos,
vereadores, lideranças e o deputado estadual Neilton Diógenes.
João então decidiu buscar um rumo partidário. Paquerou
com o MDB, mas ele é líder e o MDB é dos Alves, que tem um vice-governador. O
único partido com bom fundo partidário, tempo de TV e sem mandatos federais e
estaduais era o PP, o que tornaria um destino mais que natural. Se fosse como
Rogério, João passaria por cima do ex-deputado Beto Rosado.
Mas fez diferente.
Dialogou nos bastidores, fez a costura política, andou
com Beto em Brasília, levou Beto para conversar com o ministro das relações
institucionais Alexandre Padilha, quebrando o gelo do Rosado mais antipetista
com o PT e assim vai se construindo uma transição de comando tranquila, sem
traumas.
Aonde Rogério chega ele espalha, desagrega. Discordo muito
das posições de João, mas ele sempre mantém o respeito com entra e sai do seu
grupo político. É um político que sabe entrar e sair dos lugares sem fechar
portas.
Essa é a diferença entre um chefe e um líder. Rogério é
chefe. João é líder.
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