O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sabe que a
empresa está sangrando e conhece a história de destruição da maior estatal
brasileira nos governos Lula/Dilma. Obrigada a comprar combustível mais caro no
exterior para complementar as necessidades nacionais e vender mais barato para
o mercado interno, a petroleira queimou caixa, ficou deficitária e chegou a ser
conhecida como a empresa
mais endividada do mundo.
Para evitar uma repetição da história, Prates procurou
Lula para avisar
que teria de aumentar o preço do combustível, atualmente defasado em mais
de 20% na comparação com os preços praticados no exterior. Quanto mais tempo
mantém o preço defasado, mais a estatal sangra. Lula ouviu, discordou e ordenou
que o presidente da petroleira refizesse as contas, como se o problema fosse
matemática.
O presidente Lula sabe
que elevar os preços dos combustíveis agora sepultará definitivamente a
possibilidade de um corte
mais agressivo na taxa Selic. O Copom (Comitê de Política Monetária)
iniciou ontem a reunião que definirá o início do ciclo de cortes nos juros
básicos do país. Gasolina e diesel mais caros, além de muito impopulares,
pressionam a inflação e dificultam a redução da Selic, mantida em patamares
mais altos para combater a pressão sobre os preços.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sabe que a
decisão sobre a política de preços da Petrobras tem impacto importante nos
índices inflacionários e nas expectativas de mercado. Durante a reunião do
Copom, os diretores do Banco Central avaliarão como sempre o movimento dos
preços das commodities, em especial o do
petróleo, mas se ele não impacta o valor dos combustíveis, qual a importância
deles? E como saber se impactam ou não, uma vez que até agora a nova
política de preços da petroleira brasileira é um conjunto de palavras
com significado amplo e pouco útil para quem precisa entender para onde vão os
preços?
Obediente, Jean Paul Prates refaz as contas sobre a
defasagem do custo dos combustíveis, que está em 24% para a gasolina, de acordo
com relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis
(Abicom).
Desinteressado sobre o impacto da manobra, Lula se
prepara para atacar o presidente do BC seja lá qual for a decisão da autoridade
monetária sobre os juros hoje. Agora, certo de que não deu chance para que o
cidadão do BC utilizasse o aumento do petróleo como desculpa para um corte de
juros menos agressivo.
Na sala de reuniões do Copom, Campos Neto avalia as
opções que restam à autarquia para manter a autonomia e continuar o combate à
inflação. Certamente, entende a dificuldade de lidar com riscos iminentes, mas
ainda não concretizados, como o fôlego da Petrobras para segurar na marra os
índices inflacionários ou se alguém teria coragem de começar a fraudar índices
de inflação.
O brasileiro assiste atônito ao ganho de aceleração da
marcha do retrocesso que Lula tenta imprimir ao país.
O Antagonista
0 comentários:
Postar um comentário