Parece que estamos vivendo uma corrida contra o tempo
para prender o
ex-presidente Jair Bolsonaro. Sobretudo desde a última semana as
coisas parecem bastante aceleradas.
Em poucos dias, tivemos o depoimento do hacker, a busca e apreensão sobre Wassef, o
espetáculo midiático de Mauro Cid e até a quebra dos sigilos do ex-presidente e de Michelle
Bolsonaro.
O movimento indica um filme que já vimos em inúmeros
casos de políticos, aquela preparação da opinião pública para um cerco que vai
se fechando. É um processo iniciado já quando Bolsonaro se torna
inelegível.
A intenção parece ser derrotar não o ex-presidente, mas
seu movimento político, o bolsonarismo. Numa dessas passagens que só ocorrem no
Brasil, um ministro do STF chegou a dizer, em mangas de camisa num congresso
estudantil, que “derrotamos o bolsonarismo”. Talvez tenham
mudado o significado da palavra derrota no dicionário e eu esteja
desatualizada.
Derrotar o bolsonarismo é uma coisa. Prender e
inviabilizar politicamente Jair Bolsonaro é outra completamente diferente. Pode
parecer fazer sentido que, com ele fora de circulação, o bolsonarismo arrefeça.
Já temos experiência suficiente para saber que as coisas não são tão simples.
Anos atrás a pergunta era: Lula preso amanhã??? Não faz
tanto tempo, você deve se lembrar do clima. Havia no ar uma certeza de que, uma
vez preso, ele estaria morto para a política. Se falava até num risco de
inviabilização de todo o PT. Quem é o presidente da República hoje? Pois é.
O bolsonarismo continuará com ou sem Jair Bolsonaro. Se
não for ele, será outro líder. Já quanto ao ex-presidente, arrisco dizer que a
única chance de sobrevivência política é a cadeia. Preso, ele vira mártir. É
uma história que cala fundo no grupo político dele, principalmente entre
evangélicos.
Sabemos também que os ventos políticos mudam muita coisa
no Brasil. Há quem trate o direito como ciência, coisa que ele não é. No
momento, tudo parece tecnicamente perfeito contra Bolsonaro. A depender do
andamento do governo Lula e da sobrevida do bolsonarismo, tudo pode mudar.
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